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Edição 76 traz dossiê sobre tradução literária e artigos sobre arte e cultura

  EDITORIAL  SUMÁRIO

 


Antonio Nóbrega
apresentou
uma versão de "Naturalmente"

Um misto de poesia, música, teatro e dança marcou o lançamento do número 76 da revista "Estudos Avançados", no dia 11 de dezembro, no Museu de Arte Contemporânea (MAC) da USP. O responsável pelo espetáculo foi o músico e dançarino pernambucano Antonio Nóbrega, do Teatro Brincante, que apresentou uma versão solo do seu premiado "Naturalmente — Teoria e Jogo de uma Dança Brasileira", no qual explora as raízes das manifestações artísticas corporais típicas da cultura popular do Brasil com uma coreografia entremeada por falas.

Uma versão ampliada e mais aprofundada do texto do espetáculo está registrada em artigo homônimo, de autoria do artista, publicado na seção "Música, Teatro e Dança" da edição. Tanto no artigo quanto no espetáculo, Nóbrega procura mostrar que existe uma dança genuinamente brasileira, fruto do sincretismo das matrizes indígena, negra e ibérica que compõem o patrimônio cultural do país.


Leia artigo sobre a edição publicado no Jornal da USP

DOSSIÊ
Dedicada à arte e à cultura, a edição 76 de "Estudos Avançados" tem como destaque o dossiê "Tradução Literária", com 18 artigos. O editor da revista, professor Alfredo Bosi, diz que "o interesse pelo tema vem de longe, mas cresceu ultimamente em virtude do alto número de excelentes traduções de obras poéticas e narrativas" lançadas no país. Para ele, a demanda por obras traduzidas tem aumentado, ao mesmo tempo em que o mercado de tradução tem se profissionalizado: "A improvisação deu lugar à formação profissional que tende a substituir o autodidatismo pelo estudo acadêmico sistemático".

Em "Notas de um Tradutor em 2012", Rubens Figueiredo aborda essa profissionalização, ainda que de maneira indireta, ao ressaltar que o tradutor não deve perder de vista o contexto em que a obra foi escrita. Partindo de sua experiência em traduzir a literatura russa para o português, ele afirma que uma boa tradução precisa preservar as marcas deixadas pelos autores que dão um tom crítico e questionador ao texto original.

A qualificação das obras traduzidas também é abordada em "Tradução e Ilusão". No artigo, Paulo Henriques afirma que os tradutores literários atuais vêm procurando reproduzir as obras originais da forma mais fiel possível em termos de sentido, forma e estilo. Segundo o autor, esses profissionais "não se deixam levar pela retórica do anti-ilusionismo, esforçando-se ao máximo para produzir textos destinados a substituir, e não comentar nem criticar os originais".

Já Paulo Bezerra defende, em "A Tradução como Criação", que a "ilusão de literalidade" é um dos maiores perigos para o tradutor. De acordo com ele, o texto traduzido é fruto de um trabalho de interpretação e compõe, por isso, um produto secundário, derivado da obra original, que surge do "diálogo de individualidades criadoras de diferentes culturas".

Outros artigos do dossiê tratam da ilusão da literalidade a partir de diferentes perspectivas e englobam a tradução de poesias e romances escritos em russo, inglês, italiano, francês, romeno, grego antigo e norueguês, além de relatos mitos produzidos em araweté e marubo, línguas de dois povos indígenas brasileiros.

EDIÇÃO É DEDICADA A
JOSÉ PAULO PAES (1926-1998)

Poeta admirável e tradutor exemplar, esteve entre os primeiros pesquisadores visitantes do Instituto de Estudos Avançados. Verteu para nossa língua obras poéticas e narrativas escritas em inglês, francês, italiano, espanhol, dinamarquês, latim, grego clásssico e grego moderno. Publicou textos de crítica literária e de teoria da tradução. Um intelectual notável que, sem títulos acadêmicos, honrou a nossa Universidade. (Alfredo Bosi)

PLURALIDADE
Além do dossiê "Tradução Literária, a revista traz mais 13 textos divididos entre as seções "Graciliano Ramos: 120 Anos", "Cultura", "Língua e Poesia" e "Música, Teatro e Dança", incluindo o artigo de Antonio Nóbrega.

A edição conta, também, com uma seção de resenhas e uma entrevista com o historiador José Murilo de Carvalho, da Academia Brasileira de Letras, sobre aspectos diversos do neoliberalismo no Brasil, que inaugura uma série de depoimentos de grandes pensadores brasileiros.

 


    

EDITORIAL

Esta edição de "Estudos Avançados" contempla, no dossiê de abertura, alguns ensaios sobre a arte de traduzir. O interesse pelo tema vem de longe, mas cresceu ultimamente em virtude do alto número de excelentes traduções de obras poéticas e narrativas que honram nossa vida cultural.

O fenômeno – do ponto de vista do mercado editorial –  tem a ver com a expansão dos cursos de pós-graduação nas áreas de Letras e Ciências Humanas. O público leitor de obras estrangeiras não pode dominar, senão muito parcialmente, as línguas originais dos textos que lhe interessam: a tradução impõe-se como necessidade inadiável.

O aspecto promissor dessa demanda está no aparecimento de tradutores idôneos. Uma nova geração de estudiosos das línguas modernas, clássicas e indígenas sinaliza a existência de bons cursos de Letras e, especificamente, de Tradução. A improvisação deu lugar à formação profissional que tende a substituir o autodidatismo pelo estudo acadêmico sistemático. Tivemos, é verdade, admiráveis poetas-tradutores que, fora das lides universitárias, enriqueceram o repertório da literatura em língua portuguesa: Bandeira, Drummond, Cecília Meireles, Henriqueta Lisboa, Dante Milano, José Paulo Paes, Haroldo de Campos, Augusto de Campos, para só citar nomes centrais da poesia brasileira do século XX. Hoje seriam brilhantes exceções.

Procurou-se colher a diversidade de idiomas e estilos ao selecionar os artigos apresentados. A editoria está consciente de que vários tradutores de alto nível não constam do dossiê em razão dos limites de espaço que  obrigam a reduzir o número dos seus integrantes. Mas, sendo o tema per-manente, "Estudos Avançados" está aberta a novas colaborações.

Quem fala em tradução fala em interpretação de texto e nas poten-cialidades da linguagem artística. Daí, a inclusão de análises de obras literárias. Deu-se destaque a ensaios sobre Graciliano Ramos no 120º aniversário do seu nascimento. O ensino do tupi e a atenção à poesia negra estão na mira dos estudiosos dos marginalizados pela cultura elitista. A prosa poética não será também um exercício de tradução? E as relações entre poesia, música popular, teatro e dança não exigem o conhecimento do convívio de formas e significados? Temos o testemunho de um artista multiforme, Antonio Nóbrega.

Este número registra com satisfação a homenagem aos 80 anos de Eduardo Portella. E lembra que o criador do design de nossa revista, o saudoso Fred Jordan, foi objeto de uma pesquisa de Helena Rugai  contemplada pelo Itaú Cultural. A entrevista dada por José Murilo de Carvalho inaugura uma série de depoimentos de nossos maiores scholars.

Alfredo Bosi
Editor

A EDIÇÃO 76 DE "ESTUDOS AVANÇADOS"
É DEDICADA A JOSÉ PAULO PAES (1926-1998)

Poeta admirável e tradutor exemplar, esteve entre os primeiros pesquisadores visitantes do Instituto de Estudos Avançados. Verteu para nossa língua obras poéticas e narrativas escritas em inglês, francês, italiano, espanhol, dinamarquês, latim, grego clásssico e grego moderno. Publicou textos de crítica literária e de teoria da tradução. Um intelectual notável que, sem títulos acadêmicos, honrou a nossa Universidade. (Alfredo Bosi)

 


 

 

 

 

SUMÁRIO DO Nº 76

DOSSIÊ TRADUÇÃO LITERÁRIA

  • A Poesia é Traduzível? — Ivan Junqueira
  • Notas de um Tradutor em 2012 — Rubens Figueiredo
  • Tradução e Ilusão — Paulo Henriques Britto
  • Sentido e Significância na Tradução Poética — Mário Laranjeira
  • Boris Schnaiderman: Questões de tradução nas Páginas de Jornal — Bruno Barretto Gomide
  • A Tradução como Criação — Paulo Bezerra
  • Emplumando a Grande Castanheira — Álvaro Faleiros
  • Os Relatos do Caminho-Morte: Etnografia e Tradução de Poéticas Ameríndias — Pedro de Niemeyer Cesarino
  • Lição Socrática — Trajano Vieira
  • Traduzir Ariosto: Um Depoimento — Pedro Garcez Ghirardi
  • Traduzindo Leopardi — Ecléa Bosi
  • Impasses na Tradução de Poesia — Geraldo Holanda Cavalcanti
  • George Bacóvia: Uma Agenda de Tradução — Marco Lucchesi
  • Sobre Duas Versões de um Soneto de Shakespeare — Ivo Barroso
  • Cerzido Invisível — Sobre um Modo de Reconstituição do Texto Poético — Alípio Correia de Franca Neto
  • Bruno Palma, Escolhedor de Palavras — Marcus Fabiano Gonçalves 
  • Traduzindo Nerval — Alexei Bueno
  • Traduzindo Literaturas Periféricas: a Literatura Norueguesa — Francis Henrik Aubert

GRACILIANO RAMOS: 120 ANOS

  • Temposfuturos — "Vidas Secas", de Graciliano Ramos — Zenir Campos Reis
  • Mal sem Mudança — Notas Iniciais sobre "Angústia" — Erwin Torralbo Gimenez
  • O Mundo Coberto de Penas — Família e Utopia em "Vidas secas" — Maria Helena Souza Patto
  • Graciliano Ramos, por Otto Maria Carpeaux — Ieda Lebensztayn

LÍNGUA E POESIA

  • O Último Refúgio da Língua Geral no Brasil — Eduardo de Almeida Navarro
  • Jorge de Lima no Contexto da Poesia Negra Americana — Vagner Camilo
  • Poética da Pequena Reflexão — Fernando Paixão

MÚSICA, TEATRO E DANÇA

  • "Naturalmente – Teoria e Jogo de uma Dança Brasileira" — Antonio Nobrega
  • Garota de Mitilene — Adélia Bezerra de Menezes
  • Dramaturgia de Avaliação: o Teatro Político dos Anos 1970 — Reinaldo Cardenuto

CULTURA

  • Uma Pesquisa Pioneira para a Compreensão da Cultura Caipira — Judas Tadeu de Campos
  • Gurupá — Das Ruínas aos Cemitérios — Gunter Karl Pressler
  • Portella, Intelectual do Nosso Tempo (e de Outros Tempos) — Carlos Guilherme Mota

ENTREVISTA

  • O Papel e a Complexidade do Liberalismo no Brasil
    José Murilo de Carvalho

RESENHAS

  • Novas Faces de uma Figura Prismática — Hélio Seixas Guimarães
  • Desnutrição, Pobreza e Sofrimento Psíquico: uma Articulação Necessária — Francisco Menezes
  • Maravilhosa História — Frederico Duarte

Fotos (a partir do alto): Sílvia Machado; Claudia Guimarães/Folhapress

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