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"Novo-Desenvolvimentismo" e "Sociologia e Esperança" são os temas dos dossiês do número 75 da revista "Estudos Avançados", lançado no dia 29 de agosto, no IEA, em debate que reuniu Luiz Carlos Bresser-Pereira, professor emérito da FGV-SP, Antonio Carlos Macedo e Silva, da Unicamp, e Samuel de Abreu Pessôa, da FGV-RJ (assista ao vídeo do evento). O texto de abertura do primeiro dossiê, assinado pelo economista Carlos Bresser-Pereira, expõe as principais ideias da teoria da macroeconomia estruturalista, que está por trás do conceito de novo-desenvolvimentismo, cunhado pelo autor. Os demais artigos que integram o dossiê aprofundam a discussão sobre a proposta conceitual e contextualizam o crescimento econômico no Brasil e em outros países da América Latina. (Leia entrevista com o economista Luiz Carlos Bresser-Pereira sobre o novo-desenvolvimentismo.) Já o dossiê "Sociologia e Esperança", organizado por José de Souza Martins, professor titular da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP, reúne trabalhos apresentados no Seminário Internacional sobre Sociologia e Esperança, realizado em outubro de 2011 na USP. Assinado por Martins, o texto de apresentação destaca a importância da concepção de esperança para resgatar o lugar da transformação social na sociologia. O dossiê conta com a contribuição de Alfredo Bosi, editor da "Estudos Avançados”, e de Peter Burke, professor de história cultural da Universidade de Cambridge, Reino Unido, e ex-professor visitante do IEA. A revista traz ainda três artigos sobre as características, o compartilhamento e a crítica do conhecimento científico.
Os temas nucleares deste número estão, de certo modo, entrelaçados. Novo-desenvolvimentismo supõe esperança e vice-versa. Por novo-desenvolvimentismo — expressão cunhada por Bresser-Pereira — entende-se uma teoria que reelabora ideias da macroeconomia estruturalista. Mas, explica seu autor, "seu foco é a taxa de câmbio pela primeira vez colocada no centro da economia do desenvolvimento". A tese opõe-se aos dogmas do neoliberalismo e se propõe como "um segundo momento da teoria estruturalista". Os Quadros 1, 2 e 3 (pags.19, 21, 23) ilustram as propostas derivadas da tese do novo-desenvolvimentismo. O leitor encontrará em vários textos do dossiê um aprofundamento histórico e teórico da proposta inicial. Os casos mexicano e argentino, embora díspares, aparecem como exemplo de inadequação do consenso de Washington imposto aos países latino-americanos. O mesmo se depreende da crítica à Cédula da Terra do Banco Mundial. Em outros artigos, há reflexões que contextualizam o desenvolvimento das nações emergentes. O dossiê "Sociologia e esperança" foi organizado por José de Souza Martins, a quem a revista agradece por esta valiosa colaboração. Nele se repõe a questão candente das possibilidades de um futuro da humanidade que não reproduza as iniquidades e opressões que perduram até hoje. Os modos e os contextos em que nasce a esperança são múltiplos, embora o seu horizonte seja sempre o inextinguível desejo de felicidade individual e coletivo. Textos sobre algumas formas e funções da ciência no mundo contemporâneo fecham este número, confirmando a vocação interdisciplinar de "Estudos Avançados". SUMÁRIO DO Nº 75
SOCIOLOGIA E ESPERANÇA
CIÊNCIAS
RESENHAS
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