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14 de março de 2013
ABSTRAÇÃO
FILOSOFIA
A contribuição de Konrad Lorenz
para o entendimento da cognição animal

Lorenzo Baravalle, que fará a primeira conferência do ciclo
O IEA realiza no dia 27 de março, às 9h30, no auditório do Museu de Arte Contemporânea (MAC) da USP, o primeiro encontro do Ciclo de Conferências Humanos e Animais: Os Limites da Humanidade, que terá como tema Animalidade Transcendental: O Problema da Naturalização do a priori em Konrad Lorenz.O evento terá transmissão ao vivo pela web.

Na conferência, o filósofo italiano Lorenzo Baravalle vai analisar a contribuição do etólogo austríaco Konrad Lorenz para a compreensão da cognição animal, particularmente no que diz respeito à naturalização do conceito de conhecimento a priori (leia a sinopse do conferencista).  

Baravalle é pós-doutorando no Departamento de Filosofia da FFLCH, doutor em ciencias cognitivas e linguagem pela Universidade Rovira i Virgilli (URV), da Espanha, e graduado em filosofia pela Università degli Studi di Torino (UST), da Itália.

Ciclo
O ciclo tratará das origens, legitimidade e consequências ético-políticas da diferenciação dos seres vivos em humanos, animais e sub-humanos (neste caso, definidos pela visão preconceituosa de determinados grupos sobre indivíduos de certas etnias, tipo físico ou gênero sexual, considerando-os inferiores aos humanos).

O objetivo é discutir os fundamentos filosóficos e epistemológicos mais relevantes do que se entende por humano a partir de uma abordagem interdisciplinar, englobando perspectivas variadas, entre elas as da antropológia, da biológica e da ética.

Serão cinco encontros — quatro conferências e uma mesa-redonda —, que acontecerão entre os dias 27 de março e 27 de setembro, sempre das 9h30 às 12h30. A organização do ciclo é do Grupo de Pesquisa em Filosofia, História e Sociologia da Ciência e da Tecnologia do IEA, da Associação Filosófica Scientiae Studia e do Projeto Temático Fapesp 2011/51614-3.

Animalidade Transcendental: O Problema da Naturalização do a priori em Konrad Lorenz
Abertura do Ciclo de Conferências Humanos e Animais: Os Limites da Humanidade

Data: 27 de março, 9h30.
Local:  Auditório do Museu de Arte Contemporânea (MAC) da USP, Rua Praça do Relógio, 160, Cidade Universitária, São Paulo. As demais conferências serão realizadas na Sala de Eventos do IEA.
Transmissão ao vivo: www.iea.usp.br/aovivo.
Informações e inscrições: Leila Costa (leila.costa@usp.br), tel. (11) 3091-1681.

PROGRAMAÇÃO DO CICLO CONFERÊNCIA HUMANOS E ANIMAIS: OS LIMITES DA HUMANIDADE
De 27 de março a 28 de agosto — 9h30 às 12h30 
27/3 Animalidade Transcendental: O Problema da Naturalização do a priori em Konrad Lorenz
Expositor: Lorenzo Baravalle (FFLCH e IEA)
24/4 Tema em definição
Expositora: Regina André Rebollo (USJT)
22/5

Primatologia, "Culturas" Não Humanas, Novas Alteridades e Etnografia
Expositora: Eliane Sebeika Rapchan – Universidade Estadual de Maringá (UEM)

6/6 Mesa-Redonda
Expositores: Hernán Neira (Usach, Chile), Gustavo Caponi (UFSC) (a confirmar) e Maurício de Carvalho Ramos (IEA)
Coordenador e moderador: Lorezondo Baravalle (FFLCH e IEA)
28/8 Tema em definição
Expositor: Stelio Marras (IEB)

 

SINOPSE DO CONFERENCISTA – Um dos aspetos característicos da fundamentação epistemológica do grande etólogo austríaco é a tentativa de síntese entre a teoria darwiniana e a gnoseologia kantiana. Essa combinação metodológica terá, embora não sempre de maneira explícita, grande sucesso em certos âmbitos da filosofia da biologia. Neste contexto, consideraremos alguns aspectos antinômicos da formulação de Lorenz, insuficientemente matizados pela tradição posterior. Em primeiro lugar, analisaremos a contribuição de Lorenz na compreensão da cognição animal, a qual consiste, poderíamos dizer, na implantação da estrutura transcendental em suas pesquisas etológicas, com uma consequente naturalização do conceito de a priori. Em segundo lugar, veremos como a atribuição de a priori próprios das espécies particulares implica o desdobramento da questão transcendental em uma série de problemáticas, tanto ontológicas como epistemológicas, dificilmente resolvíveis por meio de uma análise meramente naturalista. Finalmente, conferiremos se (e como) uma noção de a priori levemente remanejada, acompanhada de uma diferente interpretação da relação entre naturalismo e transcendentalismo, poderia contribuir principalmente para o entendimento das distintas modalidades de conhecimento, animal e humano.

Foto: arquivo pessoal de Lorenzo Baravelle

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