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30 de novembro de 2012
O COMUM
FILOSOFIA DA CIÊNCIA
Especialistas debatem a análise
crítica de dispositivos da saúde pública

Nicolas Lechopier defende a ligação entre diferentes disciplinas para a formulação
de uma ética crítica da saúde pública
"Dispositivos de Saúde Pública — Quais as abordagens críticas?" é o tema da mesa-redonda que acontece no dia 5 de dezembro, quarta-feira, das 9h30 às 12h30, no IEA.

O evento tem coordenação de Nicolas Lechopier, da Université Claude Bernard de Lyon 1 e da École Normale Superieure de Lyon, França. Lechopier é pesquisador visitante do Grupo de Pesquisa de Filosofia, História e Sociologia da Ciência e Tecnologia do IEA.

Segundo Lechopier, a saúde pública, como campo de saberes e de práticas de saúde que vão além da relação médico-paciente, é transpassada por quatro tensões: na definição de finalidade na saúde; nos regimes de legitimidades das intervenções; nos modelos epistemológicos subjacentes; e nos diferenciais de poder que nela se manifestam.

"Tanto na prevenção de doenças infecciosas quanto no campo da alimentação, da saúde ambiental etc., a saúde pública se manifesta em 'dispositivos' ou modos operacionais que têm formas variadas", segundo o pesquisador. Divulgados pelos médicos, pela mídia e introduzidos nas escolas e nas famílias, esses dispositivos "têm como metas educar, introduzir tecnologias, construir novas subjetividades ou reorganizar a sociedade".

Nas Américas e na Europa, as ciências humanas e sociais têm contribuído muito para esses dispositivos, tanto em sua construção quanto em sua crítica, de acordo com Lechopier. No entanto, ele aponta duas falhas nessa tradição das humanidades em relação à saúde pública: a primeira decorre da importância de considerar os contextos sanitários locais e as diferentes tradições na avaliação crítica e construtiva dos dispositivos de saúde pública: "A circulação de instrumentos críticos entre Brasil, Canadá e França, por exemplo, deveria apoiar-se em conhecimentos provenientes das histórias e contextos respectivos".

A segunda falha configura-se na falta de diálogo entre a filosofia e as outras disciplinas das ciências sociais e humanas para uma ética crítica da saúde pública, na opinião de Lechopier. "Como defendeu a socióloga Deborah Lupton em um texto recente, este é o momento de realizar esta ligação entre diferentes campos disciplinares".

Em outubro e novembro, Lechopier foi o expositor em dois seminários preparatórios da mesa-redonda: Quatro Tensões na Saúde Pública (vídeo) e Participação e Saúde Pública (vídeo).

PROGRAMAÇÃO (início às 9h30)

  • Introdução
  • Intervenções
    Pensar uma Saúde Pública Contemporânea e Cotidiana em Contextos Incertos

    Expositora: Maria da Penha Costa Vasconcellos (FSP)
    Contribuição Crítica da Pesquisa Qualitativa
    Expositora (por videoconferência): Denise Gastaldo (University of Toronto, Canadá)
    Educação e Saúde Alimentar: o Enfoque na Responsabilização
    Individual dos Dispositivos de Promoção da Saúde

    Expositora (por videoconferência): Emília Sanabria (Institut Français de l'Education da École Normale Superieure de Lyon, França)
    Agentes de Saúde, Educação Popular, Desafios Presentes
    Expositora: Helena Leal David (UERJ)
  • Discussão com o público
  • Intervenções conclusivas
  • Discussão final e perspectivas

MESA-REDONDA DISPOSITIVOS DE SAÚDE PÚBLICA —
QUAIS AS ABORDAGENS CRÍTICAS?
Tipo:
aberto ao público, gratuito e sem necessidade de inscrição.
Data:
5 de dezembro de 2012, das 9h30 às 12h30.
Local: Sala de Eventos do IEA, Rua Praça do Relógio, 109, bloco K, 5º andar, Cidade Universitário, São Paulo
Web: transmissão em www.iea.usp.br/aovivo.
Informações: Leila Costa (leila.costa@usp.br), tel. (11) 3091-1681
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