O IEA • PESQUISADORES • GRUPOS |
||
|
||
Boletim do IEA/USP — nº 94 2ª quinzena de março de 2007
|
revista novo ciclo agenda |
|
Nota |
|
Lembrete |
|
ambiente |
|
A elevação em até 1°C na temperatura global poderá ser benéfica para algumas poucas regiões e setores, como aquelas situadas em altas latitudes e em certos ramos agrícolas, mas os efeitos negativos previstos para o planeta são extremamente mais numerosos e preocupantes. Esse é o caso da mudança já em curso na acidez dos oceanos, que poderá reduzir a capacidade de absorção do CO2 da atmosfera e afetar de modo permanente as cadeias alimentares marítimas. Este e outros impactos das mudanças climáticas bem como as medidas que devem ser tomadas para a estabilização da concentração dos gases efeito estufa na atmosfera serão analisados na conferência Avoiding Dangerous Climate Change, que David King, conselheiro científico chefe do governo britânico, fará no dia 28 de março, às 14h30, na Sala do Conselho Universitário da USP. O embaixador Sérgio Amaral e Eduardo Krieger, presidente da Academia Brasileira de Ciências, serão os debatedores. O evento será realizado em inglês, com tradução simultânea, e transmitido ao vivo pela Internet. O título da conferência é o mesmo de simpósio realizado em fevereiro de 2005 por iniciativa do primeiro ministro britânico Tony Blair. King, principal conselheiro científico do Blair, foi um dos participantes do encontro. Entre outros temas, o simpósio tratou de metas e opções tecnológicas para que se atinja a estabilização climática do planeta, com destaque para a necessidade urgente de mais investimentos em medidas que limitem as emissões de gases efeito estufa. De acordo com o relatório do simpósio, sem essas medidas, deve-se manter a perspectiva de elevação da temperatura média do planeta em 0,5 a 2°C nos próximos 50 anos, previsão corroborada pelo relatório divulgado em fevereiro pelo Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas da ONU. A conferência do próximo dia 28 será uma ótima oportunidade para o público brasileiro ouvir King sobre os principais aspectos debatidos no simpósio de 2005, novos conhecimentos adquiridos desde então e medidas a serem implementadas. Uma delas é o projeto de lei, recentemente proposto por Blair, que estabelece a meta de redução de 60% das emissões de gás carbônico no Reino Unido até 2050. Além de ser conselheiro do governo britânico desde 2000, King é também diretor da Agência de Ciência e Inovação do Reino Unido, chefe do Grupo de Pesquisa sobre Ciência da Superfície do Departamento de Química da Universidade de Cambridge e integrante do Queens' College, da mesma universidade. AVOIDING DANGEROUS CLIMATE CHANGE
|
|
revista |
|
Nesse momento em que se discutem mudanças na matriz energética do país, a revista "Estudos Avançados" apresenta em sua próxima edição (com lançamento previsto para a segunda quinzena de abril) um dossiê dedicado aos problemas brasileiro no setor. Os textos tratam da geração de eletricidade por usinas hidrelétricas, termelétricas e nucleares, produção de biocombustíveis, gás natural, uso racional de energia, mudanças energéticas no século 21, impactos sociais e ambientais das várias opções energéticas e riscos das usinas nucleares (leia o Sumário abaixo). De acordo com Marco Antônio Coelho, editor executivo da revista, uma das conclusões a que se chega diante dos aspectos e divergências levantados no dossiê é a da urgência de uma "participação maior no debate daqueles que podem influir nos rumos do país, sobretudo integrantes do Congresso Nacional, dos meios acadêmicos, da imprensa e de organizaçãos não-governamentais". Segundo Coelho, os textos revelam a extensão, o emaranhado e a profundidade das contradições decorrentes da necessidade de desenvolvimento da produção de energia no Brasil: "São conflitos que aparecem em pronunciamentos de figuras de destaque do governo federal e que ganham repercussão pública graças à disputa acirrada entre grupos de pressão (lobbies) que atuam nos bastidores e na mídia". O dossiê não procura apresentar soluções para os problemas energéticos brasileiros, mas sim contribuir com a reflexão da sociedade sobre os melhores caminhos para o país enfrentar esse desafio. Essa é a razão de a revista apresentar artigos com pontos de vista divergentes sobre os principais nós do Brasil no setor. Uma primeira divergência presente no dossiê é a existência de opiniões diferentes sobre as previsões a respeito da demanda de energia nos próximos anos, o que implica obviamente em propostas diversas a respeito das decisões a serem adotadas. Alguns artigos destacam que, em geral, iniciativas para incremento da produção de energia provocam problemas ambientais, "por isso é fundamental a busca de soluções que sejam as menos nocivas", comenta Coelho. Um dos textos que ressaltam esse aspecto é o de Carlos Vainer sobre "As Questões Sociais e Ambientais na Utilização de Recursos Hidráulicos". Os textos de José Roberto Pereira Novaes e Guilherme Dias tratam, respectivamente, das condições de trabalho nos canaviais e da possibilidade de prejuizo à produção de alimentos, "aspectos geralmente negligenciados nas análises divulgadas na mídia sobre a importância da produção do etanol e outros biocombustíveis". Coelho destaca que há uma campanha estridente para o governo aplicar imediatamente uma massa de recursos financeiros elevados na construção de usinas hidrelétricas, termelétricas e nucleares e em oleodutos, gasodutos e outras obras: "A justificativa apresentada é a de uma ameaça de apagão a curto prazo. Por outro lado, deixam-se de lado advertências para a necessidade de uma política energética racional, eficiente e competitiva, alerta feito em documento da ONG WWF-Brasil, elaborado por um conjunto de especialistas da Unicamp. O documento afirma que a adoção das recomendações que sugere significaria uma economia de 33 bilhões de reais na conta nacional de eletricidade nos próximos 13 anos". Os textos que tratam da utilização da energia nuclear apresentam uma clara discordância. Carlos Alvim, Carley Martins e outros são favoráveis. José Goldemberg, Luiz Pinguelli Rosa e Ignacy Sachs, contrários. Há inclusive um relato sobre a decisão sueca de gradualmente reduzir o número de suas usinas nucleares, que chegaram a responder por 50% da energia elétrica consumida no país. Quanto ao setor hidrelétrico, Coelho comenta que "o governo federal anuncia diversos projetos para a construção de hidrelétricas na bacia do rio Amazonas. Todavia, os problemas decorrentes da construção de Tucuruí, Samuel, Balbina e outras usinas indicam que a exploração da hidroenergia na região exige o respeito aos processos ecológicos, hidrossociais e hidrotécnicos da Amazônia". Essa análise é feita em artigo de José Galizia Tundisi. O dossiê também discute a situação em outras bacias, onde projetos de usinas são motivo de conflitos em razão de possíveis problemas sociais e ambientes, como é o caso da bacia do rio São Francisco e na do Ribeira do Iguape. Segundo Coelho, esse conflitos "contrariam o parecer daqueles que apontam a possibilidade de aumento imediato na produção das centrais já instaladas e de instalação de pequenas centrais em paralelo a outras iniciativas energéticas, como o uso de biocombustíveis". Um exemplo desse tipo desse tipo de situação é lembrado por Célio Bermann em seu artigo: a oposição da população do Vale do Ribeira, em São Paulo, desde os anos 90 ao projeto do Grupo Votorantim de construir uma grande usina em área da Serra do Mar, para utilização da energia na produção de alumínio. Coelho destaca que esse conflito alerta para uma questão que exige um exame cauteloso: "Em que medida é justificável ampliar o uso de recursos hidráulicos e energéticos em setores industriais que consomem intensamente energia com o propósito de exportar commodities, como sucede em Tucuruí?" Sumário do nº 59 de "Estudos Avançados"
EDITORIAL DOSSIÊ ENERGIA DOSSIÊ ORIGENS II TEXTOS CRIAÇÃO / CINEMA RESENHAS
|
|
novo ciclo |
|
No dia 22 de março, às 15h, terá início o Ciclo Temático Evolução Darwiniana e Ciências Sociais, realização do Núcleo de Economia Socioambiental (Nesa) da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade (FEA) da USP e do IEA. Esse primeiro seminário terá a participaçao do biólogo Ricardo Waizbort (Fiocruz) e do sociólogo Carlos Alberto Dória (Unicamp), com coordenação de José Eli da Veiga (FEA/USP). O evento acontece no Auditório Alberto Carvalho da Silva, na sede do IEA. Quem não puder comparecer poderá acompanhá-lo pela web ao vivo e inclusive enviar perguntas aos debatedores. Os textos de referência do seminário são: • Um Outro Darwin, de Carlos Alberto Dória; Outros textos relativos à temática do ciclo também estão disponíveis no site do IEA. O ciclo será constituído de seminários mensais ao longo de todo ano. As mesas sempre contarão com um pesquisador das ciências naturais e outro das sociais. A coordenação do ciclo é de José Eli da Veiga, que também coordena o Nesa. O segundo seminário será no dia 19 de abril (data que marca os 125 anos da morte de Darwin) e terá a participação de Cristina Possas (Programa DST/Aids do Ministério da Saúde) e Eleutério Prado (FEA/USP). ABERTURA DO CICLO TEMÁTICO EVOLUÇÃO DARWINIANA E CIÊNCIAS SOCIAIS
|
|
agenda |
|
MARÇO • Dia 20, 14h30 — Novas Tecnologias para Bioenergia — Painel com José Octavio Armani Paschoal (Ipen), Maurício Penteado (consultor), Carlos Freitas (consultor), André Luiz Veiga Gimenes (EP/USP), Décio Luiz Gazzoni (Embrapa) e Paulo Soares (Dedini S/A). • Dia 22, 15h — Abertura do Ciclo Temático Evolução Darwiniana e Ciências Sociais — Seminário com Ricardo Waizbort (Fiocruz) e Carlos Alberto Dória (Unicamp); coordenador: José Eli da Veiga (FEA/USP). • Dia 28, 14h30 — Avoiding Dangerous Climate Change — Conferência de David King (Universidade de Cambridge) — Evento será em inglês, com tradução simultânea
|
|
Nota |
|
Sérgio Adorno é o novo coordenador da Catedra Unesco O sociólogo Sérgio Adorno (foto), professor da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas e coordenador do Núcleo de Estudos da Violência (NEV) da USP, é o novo coordenador da Catedra Unesco de Educação para a Paz, Direitos Humanos, Democracia e Tolerância, sediada no IEA. O programa de trabalho para a cátedra proposto por Adorno para o biênio 2007/2008 — a ser realizado em conjunto com o NEV — prevê a realização de conferências e seminários e a produção de artigos e material didático sobre quatro temas: "Desenvolvimento e Desigualdades Socioeconômicas", "Direitos Humanos e Acesso à Justiça", "Desigualdades e Diferenças: Gênero, Geração, Etnia, Diversidade Sexual" e "Instituições de Proteção e Promoção dos Direitos Humanos".
|
|
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO INSTITUTO DE ESTUDOS AVANÇADOS contato, Fotos (a partir do alto): Mauro Bellesa, IEA/USP — Siebe — Eletrobrás Eletronuclear S/A — Eduardo Geraque Para cancelar o envio, escreva "Retirar" no "Assunto" da resposta. |