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Boletim quinzenal do IEA/USP — nº 60 — 16 a 30 de junho de 2005


  
   teoria
• Pesquisa tratará dos
   fundamentos da análise econômica

   informação
• Um portal sobre inovação
   tecnológica no agronegócio

   agenda
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NOTAS
• Novos pesquisadores visitantes

LEMBRETE
Dia 28 de junho, às 15h, conferência de Ignacy Sachs: "Da Civilização do Petróleo
a uma Nova Civilização Verde: Biomassa, Nova Matriz Energética e Agricultura Familiar
"

   

    

teoria
Pesquisa tratará dos fundamentos da análise econômica

 

Existem barreiras metodológicas que impeçam a economia neoclássica de fornecer previsões com maior grau de acerto? Investigar essa questão será o trabalho de equipe coordenada pelo economista Marcelo Tsuji e com a participação dos lógicos Newton da Costa e Francisco Antonio Doria e vários consultores.

A grande característica da evolução da economia no século 20 foi sua transformação metodológica, com a crescente utilização de métodos e conceitos matemáticos mais sofisticados. De acordo com Tsuji, isso colaborou com à criação e consolidação da principal linha de pesquisa em economia, "marcada pelo uso de modelos matemáticos na formulação de teorias e hipóteses e de testes empíricos de base estatística para as suas possíveis validações".

O economista ressalva, porém, que ao se observar de forma mais cautelosa, a partir de critérios amplos aplicados a outras ciências (física e biologia, por exemplo), esse sucesso da matematização da economia não parece ser tão claro: "Por exemplo, no quesito das previsões fornecidas pela economia neoclássica, os resultados foram inquestionavelmente muito reduzidos".

Tsuji explica que os economistas neoclássicos reconhecem tal limitação e argumentam que isso se deve ao pouco tempo em que a economia trabalha com os novos métodos. "Com o aperfeiçoamento dos modelos e melhora na qualidade dos dados coletados sobre as mais diversas atividades econômicas, as previsões tenderiam inevitavelmente a ser aperfeiçoadas".

O que a equipe do projeto propõe é um estudo dos fundamentos das diversas teorias econômicas fornecidas pela economia neoclássica. Isso será feito com o emprego de métodos matemáticos mais gerais do que aqueles comumente conhecidos ou utilizados por uma grande parte dos economistas atuais. Caso o uso de tais métodos possibilite melhores previsões, ficará clara a existência de algo intrinsecamente limitante no tipo de matemática atualmente empregado pela economia neoclássica.

Como exemplos de técnicas matemáticas modernas praticamente desconhecidos pelos economistas e que podem ajudar a esclarecer a questão, Tsuji cita:

• Teoria da Recursão e Complexidade — instrumento para a compreensão se as teorias podem ser computáveis ou não (teoricamente ou na prática);

• Lógicas Não-Clássicas como Fundamento de Teorias da Decisão Econômica — é possível que as pessoas tomem decisões econômicas que violem as leis da lógica clássica, como alguns experimentos de psicologia experimental parecem indicar; em tais condições, a economia neoclássica seria impotente para descrever tal fenômeno, devido à logica (clássica) subjacente à sua matemática de sustentação;

• Teorias Matemáticas Construtivas — com elas, poderiam ser verificadas quais teorias econômicas seriam passíveis de implementação na prática por seres humanos e quais seriam meramente abstrações idealizadas, que nunca poderiam ser concretizadas;

• Topologia Algébrica — em cálculo de variações, a utilização de mais que duas variáveis requer o uso de técnicas extremamente avançadas de topologia algébrica, que estão fora do alcance da matemática atualmente ensinada aos economistas; contudo, parece ser claro que o uso de mais variáveis é extremamente necessário para que o estudo dos problemas econômicos tenha maior detalhamento.

O pesquisador destaca que esse tipo de estudo pode ter enorme relevância do ponto de vista social, "pois se autoridades monetárias e fiscais utilizam teorias inadequadas na formulação de políticas econômicas (com baixo poder de previsão), podem estar infligindo sacrifícios desnecessários à população".

Já aceitaram participar como consultores do grupo: Antonio Delfim Netto, professor emérito da FEA/USP e presidente do Conselho de Economia da Fiesp; Vella Velupillai, da Universidade de Galway (Irlanda) e da Universidade de Trento (Itália); John Casti, do Instituto Santa Fé (EUA) e da Universidade de Tecnologia de Viena (Áustria); Drausio Giacomelli, vice-presidente do JP Morgan Chase Bank (EUA); Paulo Vellinho, empresário, membro do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social; e Raul Velloso, economista do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e membro do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social.

        

    

informação
Um portal sobre inovação tecnológica no agronegócio

 


Reunião técnica do Workshop Regional Nordeste da Ripa, na primeira semana de maio, em Gravatá, PE

Um análise da cadeia agroindustrial da fécula de mandioca. A disponibilidade comercial de um aparelho de ultra-som portátil que serve para detectar a prenhez bovina e eqüina um mês antes do método convencional. Dados sobre um curso de especialização em marketing no agrogenócio. Essas são algumas das informações disponíveis no portal da Rede de Inovação e Prospecção Tecnológica para o Agronegócio (Ripa, www.ripa.com.br), projeto vinculado ao Instituto de Estudos Avançados de São Carlos.

Uma das áreas do portal traz informações sobre editais e chamadas públicas de agências de fomento para projetos ligados à inovação tecnológica no agronegócio. Na mesma área há informações sobre projetos concluídos ou em andamento desde 2004, classificados em oito temas: acesso a mercados; agronegócio e energia; agronegócio e uso racional da água; novas tecnologias de produto; processo e gestão; produção orgânica de alimentos; produção rural de economia familiar; sanidade agropecuária e segurança do alimento; e tecnologias tropicais.

Outra seção reúne íntegras de artigos e indicações de livros e periódicos, sempre com o objetivo de retratar tendências no agronegócio e com isso colaborar para a tomada de decisão em ações estratégicas. Há também uma área sobre cursos (seqüenciais de formação específica, graduação, pós-graduação "lato sensu" (MBA e especialização) e "stricto sensu" (mestrado profissional e acadêmico e doutorado) em áreas ligadas ao agronegócio. É possível também obter informações sobre eventos (congressos, feiras e exposições, fóruns e seminários e simpósios).

Há ainda uma seção chamada "Mercado de Inovação", um ambiente colaborativo que pretende conectar a sociedade e o setor produtivo às inovações geradas pelas instituições de pesquisa do setor, através da divulgação de ofertas e demandas.

WORKSHOPS

O portal foi lançado durante o 2º Workshop Regional da Ripa, desta vez da Região Nordeste, em Gravatá, PE, em maio. O primeiro, da Região Sul, foi realizado em Londrina, PR, em novembro de 2004. Ainda este ano serão realizados os workshops das Regiões Norte, Centro-Oeste e Sudeste.

O objetivo dos workshops é o levantamento de demandas tecnológicas, avaliação de cenários e a priorização de grandes temas e projetos de interesse da cada região. A metodologia utilizada é baseada na participação equilibrada de desenvolvedores de pesquisa e de usuários, clientes e apoiadores do setor produtivo, bem como de agentes do desenvolvimento, agências de fomentos e outros atores.

Em Pernambuco, participaram 132 representantes de instituições de pesquisa e de produtores rurais. A abertura do evento (no dia 2 de maio, no Recife) contou com a participação de José Fritsch, ministro da Aqüicultura e Pesca, Sérgio Resende, presidente da Finep, Francisco Ercílio Matos, subsecretário de Inclusão Social do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT), Silvio Crestana, presidente da Embrapa, e Valmar Corrêa de Andrade, reitor da Universidade Federal Rural de Pernanbuco.

REDE

A Ripa foi criada no âmbito do CT-Agronegócio, um dos fundos setoriais do MCT, com recursos gerenciados pela Financiadora de Estudos e Projetos (Finep). A projeto decorre de convênio da Finep com o IEA de São Carlos, Associação Brasileira de Agribusiness (Abag), Embrapa, Fundação para Incremento da Pesquisa e do Aperfeiçoamento Industrial (Fipai), Instituto de Tecnologia de Alimentos (Ital) da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo e Listen Local Information Systems Ltda.

O projeto tem coordenação geral de Sérgio Mascarenhas (coordenador do IEA de São Carlos) e coordenação executiva de Paulo Estevão Cruvinel (Embrapa Instrumentação Agropecuária). Os demais integrantes são Alysson Paulinelli (representante do setor produtivo no CT-Agronegócio), Ladislau Martin Neto (Embrapa Instrumentação Agropecuária), Rejane Gontow (Ital), Sílvio Crestana (representante da comunidade científica no CT-Agronegócio e agora presidente da Embrapa), Urbano Campos Ribeiral (Abag), Airton Vialta (Ital) e Leonardo Hamú (Secretaria de Inclusão Social do MCT).

Mais: informações sobre a Ripa podem ser obtidas no portal do projeto (www.ripa.com.br) ou pelo e-mail ripa@usp.br.

        

    

agenda
Eventos
públicos

 

JUNHO

• Dia 28, 15h — Da Civilização do Petróleo a uma Nova Civilização Verde: Biomassa, Nova Matriz Energética e Agricultura Familiar — Conferência do economista Ignacy Sachs, do Centro de Pesquisas sobre o Brasil Contemporâneo da Escola de Altos Estudos em Ciências Sociais (França).

AGOSTO

• Dia 8, 10h — Reformas Docentes en la Universidad Latinoamericana — Luis Riveros, reitor da Universidade do Chile.

Local: os eventos acontecem no Auditório Alberto Carvalho da Silva, IEA (mapa).

Mais: informações pelo e-mail iea@usp.br ou telefones (11) 3091-3919 e 3091-4442.

        

  

Notas

    
Novos pesquisadores visitantes

O Conselho Deliberativo do IEA aprovou o ingresso do economista Marcelo Tsuji e do advogado Geraldo Forbes como novos pesquisadores visitantes do Instituto. Tsuji integrará a Área de Lógica e Teoria da Ciência, onde coordenará pesquisa sobre os fundamentos da análise econômica (veja acima) em equipe integrada também pelos lógicos Newton da Costa e Francisco Antonio Doria e vários consultores. Forbes, ex-conselheiro do Instituto e atualmente coordenador da Área Temática Estados Unidos do Grupo de Análise de Conjuntura Internaconal (Gacint) da USP, dará continuidade à sua participação nos estudos do IEA sobre questões estratégicas para o país.

       

  

UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO
Reitor: Adolpho José Melfi
Vice-Reitor: Hélio Nogueira da Cruz

www.usp.br

INSTITUTO DE ESTUDOS AVANÇADOS
Diretor: João Steiner
Vice-Diretor: Alfredo Bosi
Conselho Deliberativo: Alfredo Bosi, Ana Lydia Sawaya, Celso Grebogi, César Ades, Hernan Chaimovich, João Steiner, Luís Nassif e Yvonne Mascarenhas

iea@usp.br  www.usp.br/iea

contato,
Boletim quinzenal produzido pela Assessoria de Imprensa do IEA
Redação e edição: Mauro Bellesa (jornalista responsável, MTb-SP 12.739)

mbellesa@usp.br  www.usp.br/iea/contato
Endereço: Av. Prof. Luciano Gualberto, Travesa J, 374, térreo, Cidade Universitária, 05508-900, São Paulo, SP — Telefones: (11) 3091-3919 e 3091-4442

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