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Boletim
quinzenal do IEA/USP – nº 59 — 1º a 15 de junho
de 2005 |
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NOTAS |
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LEMBRETE |
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Várias análises indicam para a próxima década o ápice da produção de petróleo, seguido da diminuição da oferta e crescimento da demanda, o que deverá instalar uma ciclo prolongado de preços elevados da commodity. Para enfrentar esse cenário, o Brasil deveria planejar sua saída da civilização do petróleo com propostas que ultrapassem a mera substituição do petróleo por biocombustíveis, segundo o economista Ignacy Sachs, co-diretor do Centro de Pesquisas sobre o Brasil Contemporâneo da Escola de Altos Estudos em Ciências Sociais (EHESS), da França. No dia 28 de junho, às 15h, Sachs fará a conferência "Da Civilização do Petróleo a uma Nova Civilização Verde: Biomassa, Nova Matriz Energética e Agricultura Familiar". Para ele, o país deve insistir no potencial de conservação de energia e no aproveitamento de resíduos e refletir sobre como reduzir a competição por terras cultiváveis entre a produção alimentar, a preservação das florestas e ecossistemas e a produção de biocombustíveis. Em suas análises, Sachs tem considerado um vasto espectro de questões, desde o desenvolvimento de fontes energéticas não-convencionais (inclusive com a produção local em pequena escala) até a evolução dos meios de transporte e a conservação de energia (perspectivas para o automóvel do futuro e a contribuição brasileira com o motor biflexível, por exemplo). Outros aspectos que o economista considera fundamentais são a chamada "revolução duplamente verde" e o potencial de produção de biocombustíveis. O papel da biotecnologia é visto por Sachs como essencial nesses casos, como promotora da revolução duplamente verde, revolução azul (aquicultura), produções agroflorestais e de biocombustíveis, sobretudo na produção do etanol a partir da celulose, segundo ele, um "breakthrough" que pode mudar radicalmente as perspectivas dos biocombustíveis e alterar a competitividade do etanol de cana-de-açúcar. Em relação à agricultura, Sachs ressalta a importância da analise do potencial das terras cultiváveis do Brasil, do zoneamento ecológico e econômico, das perspectivas para a produção de etanol e biodiesel e de uma visão dos demais componentes da civilização moderna de biomassa, para uma avaliação da capacidade desses fatores em propiciar a geração de empregos, auto-empregos e empreendimentos de pequeno porte. Trajetória Nascido na Polônia em 1927, Sachs chegou ao Brasil em 1941 como refugiado da Segunda Guerra. Permaneceu no país até 1954, onde graduou-se em economia pela Faculdade de Ciências Econômicas e Políticas do Rio de Janeiro (hoje Cândido Mendes). De volta a Polônia, trabalhou no Instituto de Relações Internacionais. De 1957 a 1960, esteve na Índia como funcionário da embaixada polonesa, período em que realizou seu doutorado na Escola de Economia da Universidade de Delhi. Ao retornar à Polônia, foi encarregado de criar um centro de pesquisas sobre economias dos países subdesenvolvidos, na Escola de Planejamento e Estatística, em Varsóvia. Desde 1968 integra a EHESS. Alguns dos seus livros são "Ecodesenvolvimento: Crescer sem Destruir (1986), "Espaços, Tempos e Estratégias do Desenvolvimento" (1986), "Extrativismo na Amazônia Brasileira: Perspectivas sobre o Desenvolvimento Regional" (1994) e "Estratégias de Transição para o Século 21: Desenvolvimento e Meio Ambiente" (1993). (Leia entrevista concedida por Sachs à revista "Estudos Avançados" em 2004, na qual ele descreve sua carreira e expõe algumas de suas idéias.) Mais: a conferência acontece no Auditório Alberto Carvalho da Silva, sede do IEA, Av. Prof. Luciano Gualberto, Travessa J, 374, térreo, Edifício da Antiga Reitoria, Cidade Universitária, São Paulo, SP (mapa); informações com Inês Iwashita (ineshita@usp.br), telefones (11) 3091-3919 e 3091-4442.
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ambiente |
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O geógrafo e ambientalista Aziz Ab'Sáber, o mais renomado geomorfologista brasileiro, estará no dia 16 de junho, às 19h, na Lima Barreto Livraria para falar sobre a Amazônia, tema do dossiê do nº 53 da revista "Estudos Avançados", no qual participa como entrevistado. A revista estará à venda durante o evento (R$ 30,00). Na entrevista que concedeu ao dossiê (leia a íntegra), Ab'Sáber destaca que é preciso "realizar um esforço imenso para planejar um desenvolvimento econômico com o máximo da floresta em pé". De acordo com ele, "seria preciso criar políticas públicas adequadas para cada uma das células espaciais da região amazônica, e incentivar os poucos modelos de economia ecologicamente auto-sustentada criados pelo próprios amazônidas (Projeto Reca — Reflorestamento Econômico Concentrado e Adensado, na divisa entre Acre e Rondônia, por exemplo)". Para Ab'Sáber, "não é a invasão do capitalismo selvagem na Amazônia brasileira que poderá resolver o destino dos 20 milhões de amazônidas ali residentes — uma grande parte vivendo uma geografia humana extremamente sofrida, tanto no mundo urbano em crescimento quanto nas regiões silvestres e rurais". Se o governo não tomar algumas providências de planejamento e se não fomentar projetos tais como o Reca, não haverá mudanças significativas, avalia Ab'Sáber: "Em se tratando das bordas de floresta no conjunto de terras baixas da Amazônia que estão em processo de debastação e que têm sempre um paredão de bordo de floresta, não há outra solução: ou o governo incentiva os fazendeiros a fazerem parcerias, ou não haverá alternativa. Quanto às planícies, é evitar a chegada da grande agropecuária, porque os seus moradores sabem muito bem como produzir ali, sabem se defender das cheias, com adaptações nas habitações e no plantio das hortaliças, por exemplo". Perfil Com 81 anos de idade e 50 de carreira, Ab'Sáber tornou-se uma das figuras mais proeminentes do ambientalismo brasileiro. Entre inúmeras lutas figura sua contribuição para o tombamento da Serra do Mar. Professor titular aposentado do Departamento de Geografia da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP e professor honorário do IEA, onde atua desde 1988, Ab'Sáber foi presidente da SBPC e do Condephaat e diretor do Instituto de Geografia da USP. No IEA produziu estudos relevantes, como "Zoneamento Ecológico e Econômico da Amazônia: Questões de Escala e Método" (1989), "Um Plano Diferencial para o Brasil, Projeto Floram" (1990) e "Sertões e Sertanejos: uma Geografia Humana Sofrida" (2003). Seus artigos já foram divulgados em mais de 300 publicações. Alguns dos seus livros dos últimos anos são: "Amazônia, do Discurso à Práxis" (1997), pelo qual recebeu o prêmio Jabuti, "Litoral do Brasil" (2001) e "Os Domínios de Natureza do Brasil: Potencialidades Paisagísticas" (2004). É também colunista da edição brasileira da revista "Scientific American". Mais: a Lima Barreto Livraria fica na R. Inácio Pereira da Rocha, 414, Vila Madalena, São Paulo, SP; informações sobre o evento podem ser obtidas com Maria Eugênia (limabarreto@limabarreto.com.br), telefone (11) 3819-5090.
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agenda |
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JUNHO • Dia 14, 17h30 — Lançamento do livro "Nanotecnologia, Sociedade e Meio Ambiente — 1º Congresso Internacional". • Dia 16, 19h — Conferência do geógrafo Aziz Ab'Sáber sobre a Amazônia, evento da revista "Estudos Avançados". • Dia 28, 15h — Da Civilização do Petróleo a uma Nova Civilização Verde: Biomassa, Nova Matriz Energética e Agricultura Familiar — Conferência do economista Ignacy Sachs, do Centro de Pesquisas sobre o Brasil Contemporâneo da Escola de Altos Estudos em Ciências Sociais (França). Mais: informações pelo e-mail iea@usp.br e telefones (11) 3091-3919 e 3091-4442.
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Notas |
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| No dia 14 de junho, às 17h30, acontece o lançamento do livro "Nanotecnologia, Sociedade e Meio Ambiente — 1º Seminário Internacional", coordenado pelo sociólogo Paulo Roberto Martins, que também coordenou o evento que deu origem ao livro, realizado em outubro de 2004 pela FFLCH/USP, IPT e IEA. O lançamento será na Casa de Cultura Japonesa, Av. Prof. Lineu Prestes, 159, Cidade Universitária, São Paulo, SP. Na ocasião também serão lançados outros livros editados pela Associação Editorial Humanitas. Com 286 páginas e preço de R$ 25,00, o livro pode ser comprado na Livraria Humanitas, Av. Prof. Luciano Gualberto, 315, Cidade Universitária, 05508-900, São Paulo, SP, telefone (11) 3091-3728, e-mail livrariahumanitas@usp.br.
Foi lançado no dia 9 de junho o segundo volume da série "Pioneiros e Empreendedores — A Saga do Desenvolvimento no Brasil" (Edusp e Editora Saraiva, 328 páginas, R$ 52,00), de Jacques Marcovitch, professor titular da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade (FEA) da USP, da qual já foi reitor, e colaborador e ex-diretor do IEA. O volume traz relatos das trajetórias de dez pioneiros do mundo empresarial brasileiro: Irineu Evangelista de Souza (Visconde de Mauá), Luiz de Queiroz, Attilio Francisco Xavier Fontana, Valentim dos Santos Diniz, Guilherme Guinle, Wolff Klabin, Horácio Lafer, José Ermírio de Moraes e famílias Gerdau e Johannpeter. O lançamento ocorreu durante seminário na FEA com a participação de descendentes dos empresários retratados no livro. Um terceiro volume da série, dedicado aos pioneiros do Norte e do Nordeste, está previsto para 2007. Mais informações sobre o livro e o projeto que o produziu estão em www.fea.usp.br/pioneiros.
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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO INSTITUTO DE ESTUDOS AVANÇADOS contato, |
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Evento será na Lima Barreto Livraria, nova parceira na venda da revista "Estudos Avançados"
NANOTECNOLOGIA 
PIONEIROS