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Boletim quinzenal do IEA/USP – nº 56 — 16 a 30 de abril de 2005


    
Participe do workshop A Reforma Universitária
28 e 29 de abril, no IEA

   CONFERÊNCIA
. Jaan Valsiner e as relações
   entre cultura e desenvolvimento humano

   ARTIGO
. Um novo Protocolo de Kyoto
   José Goldemberg e Luiz Gylvan Meira Filho

   

   
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NOTA
. Parcerias para políticas públicas em nutrição

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No dia 5 de maio, às 17h30, acontece o lançamento do nº 53 da
revista
Estudos Avançados, que traz o dossiê Amazônia I - Compareça!

   

    

CONFERÊNCIA
Jaan Valsiner e as relações entre
cultura e desenvolvimento humano

 

O psicólogo Jaan Valsiner, da Universidade Clark (EUA) e um dos mais eminentes especialistas mundiais em psicologia do desenvolvimento, estará no IEA no dia 31 de maio para uma conferência pública.

Nascido na Estônia em 1951, onde cursou a graduação e a pós-graduação, Valsiner é professor da Escola de Psicologia Francis Hiatt da Universidade Clark desde 1997. Também integra o programa de Comunicação e Cultura da mesma universidade. Participa de grupos de pesquisa no Brasil, Holanda, Austrália e Estonia e é membro ativo do Fórum de Pesquisa Social Qualitativa (FQS, na sigla em alemão). Recebeu o Prêmio de Pesquisa Alexander von Humboldt, na Alemanha, em 1995.

O principal interesse de Valsiner é a organização cultural de processos mentais e afetivos no desenvolvimento humano durante todo o desenrolar da vida. Outros temas que lhe interessam são história da psicologia como fonte de idéias para o avanço da disciplina e modelos teóricos do desenvolvimento humano.

Alguns de seus livros recentes são: "Handbook of Developmental Psychology" (2003), do qual é editor em parceria com K. J. Connolly; "Comparative Study of Human Cultural Development" (2001); "The Social Mind: Construction of the Idea" (2000), em co-autoria com R. van der Veer; e "Culture and Human Development" (2000). É editor dos periódicos "Culture & Psychology", "From Past to Future" e International Journal of Idiographic Science e da série de monografias Advances in Cultural Psychology .

Mais: leia entrevista ( em inglês ) na qual Valsiner descreve suas convicções científicas.

        

    

ARTIGO
Um novo Protocolo de Kyoto Barros

 

José Goldemberg e Luiz Gylvan Meira Filho(*)

Uma das grandes vitórias do movimento ambientalista nos últimos 20 anos e, em particular, da diplomacia brasileira foi a adoção, em 1997, do Protocolo de Kyoto, que estabeleceu limites para as emissões de gases responsáveis pelo aquecimento da Terra. Este aquecimento não é nenhuma hipótese de cientistas desligados da realidade, mas um fato concreto que se está ma nifestando cada vez mais claramente com o derretimento gradual das calotas polares e o desaparecimento de geleiras como as neves 'eternas' do Monte Kilimanjaro, que vão permanecer na História da humanidade apenas devido às novelas de Ernest Hemingway.

O que se decidiu em Kyoto é que os países já industrializados reduziriam suas emissões em aproximadamente 5% (abaixo das emissões de 1990) até o ano 2012. Os países em desenvolvimento - que não eram emissores significativos dez anos atrás - não sofreram limitações nas suas emissões em nome do de senvolvimento e crescimento econômico. Seus compromissos gerais de tomar medidas para limitar emissões ficaram condicionados ao aporte de recursos dos países industrializados.

Sendo obrigados a reduzir suas emissões, os países industrializados aceitaram a criação de mecanismos de compensação de reduções de emissões: os que não tenham condições de fazê-lo poderiam comprar 'certifi cados de carbono' de outros que o possam, reduzindo mais facilmente suas emissões (ou capturando carbono da atmosfera pelo reflorestamento de áreas degradadas). Este é o Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL), que os negociadores brasileiros propuseram em Kyoto e conseguiram aprovar. E se tornou, de fato, o mecanismo prático para o aporte de recursos dos países industrializados para custear as medidas de redução de emissões nos países em desenvolvimento.

Trata-se de um 'mecanismo de mercado', porque os interessados nas trocas de certificados de carbono são empresas, e o mercado estabelece o valor dos certificados. Já nos estamos be neficiando deste mecanismo por meio de vários projetos, como a captura de metano de aterros sanitários, que é usado para gerar eletricidade.

O problema é que as obrigações resultantes do Protocolo de Kyoto acabam em 2012 e os investidores precisam de garantias de que o MDL vai continuar a existir no futuro; do contrário, deixarão de investir.

Além disso, China, Índia e Brasil, Indonésia e outros são ho je grandes emissores e não podem permanecer à margem do esforço global de reduzir as emis sões, bem como o maior deles, que são os Estados Unidos. Este país se recusa a ratificar o Protocolo de Kyoto e argumenta que não o fará a menos que os grandes países em desenvolvimento passem a integrar o sistema.

O que isso significa é que é preciso criar um novo Protocolo de Kyoto que vigore a partir de 2012, e que não será necessariamente uma extensão do atual.

A realidade mundial mudou e diferentes países tem estratégias diferentes para enfrentar o problema do aquecimento global: os EUA propõem tecnologias fu turistas como o uso de hidrogênio, que pode ser adequado para eles, mas não para outros países.
Já o Brasil desenvolveu a melhor tecnologia do mundo para a produção de álcool combustível e de carvão vegetal para a siderurgia, que substituem a gasoli na e o coque mineral, respectiva mente, e está iniciando o desenvolvimento de biodiesel; a China está introduzindo eficiência energética no uso do carvão de uma forma agressiva.

O uso do MDL de fato representa a adoção de metas, projeto a projeto, e de forma voluntária. Seria de todo desejável conseguir um novo amplo acordo que consolide e amplie o regime atual, mantendo as vantagens do atual sistema - a voluntariedade dos esforços e a sua adequação às especificidades de cada país em desenvolvimento. A chave do progresso agora é defi nir os tipos de metas que nos convêm, e que não devem ser metas relativas às emissões nacionais agregadas. As reduções tampouco serão relativas a um nível correspondente a um ano determinado, mas relativas às emissões projetadas para o futuro. Sem metas de redução não há mercado de carbono, e sem mercado de carbono não haverá aporte de recursos dos países industrializados. De quebra, o futuro regime poderia aperfeiçoar o regime atual, diminuindo a complexidade e os custos do pre sente sistema.

Há várias opções de metas setoriais que não incluam a economia como um todo; se o Brasil decidir dobrar o seu Programa do Álcool até o ano 2015, estará contribuindo para reduzir as emissões globais de carbono em 10 milhões de toneladas por ano; com o Proinfa, programa de energias renováveis para a ge ração de eletricidade em plena operação, mais 3 milhões de toneladas de reduções por ano serão alcançadas. Se o desmatamento da Amazônia for reduzi do em 10%, deixarão de ser emi tidos 20 milhões de toneladas de carbono por ano. Este pode ria ser objeto de um programa estrutural do Banco Mundial, que contribuiria para a sustentabilidade do desenvolvimento da Amazônia. Os compromissos se riam voluntários, mas resultantes de uma negociação em que os outros atores principais - in clusive os EUA - colocariam também sobre a mesa as suas contribuições para a redução de emissões, o que, aliás, já está ocorrendo em vários Estados americanos, como a Califórnia.
A China também está fazendo sérios progressos com a geração de eletricidade com o uso do car vão, o que se reflete em reduções de emissões sem afetar seu crescimento econômico.

Para pôr estas discussões em marcha na agenda internacio nal há uma excelente oportuni dade, que é a reunião do G-8 (os países mais ricos do mun do) na Inglaterra em julho, pa ra a qual Brasil, Índia, China, África do Sul e México foram convidados.

O presidente da República, que deverá representar o Brasil nesse evento, poderia propor um novo regime para combater o aquecimento global a partir de 2012, o que daria origem a um processo de negociação que a Conferência das Partes da Convenção do Clima poderia iniciar a partir de sua próxima reunião em Montreal, em no vembro deste ano.

O que está em jogo nestas negociações são não apenas os interesses de cada país, mas os interesses de toda a humanidade.

(*) José Goldemberg é secretário do Meio Ambiente do Estado de São Paulo e professor honorário do IEA. Luiz Gylvan Meira Filho é professor visitante do IEA.

Artigo publicado no jornal O Estado de São Paulo de 19 de abril de 2005, Seção "Espaço Aberto", página A2.

        

  

Nota

    
Parcerias para políticas públicas em nutrição

Em agosto, o Grupo de Estudos sobre Nutrição e Pobreza realizará um seminário interno com representantes de vários ministérios e de ONGs que trabalham com questões de nutrição no Brasil. Com o título "Diagnóstico e Soluções dos Problemas Nutricionais no Brasil: Formando Parcerias", o encontro terá os dois primeiros dias dedicados a plenárias e workshops e o terceiro voltado para formação de parcerias e definição de propostas de ação. Participarão apenas convidados, num total aproximado de 50 pessoas.

       

  

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Boletim quinzenal produzido pela Assessoria de Imprensa do IEA
Redação e edição: Mauro Bellesa (jornalista responsável, MTb-SP 12.739)

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