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Boletim
quinzenal do IEA/USP nº 52 1º a 15 de dezembro
de 2004 |
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FUTURO |
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Estão definidos 50 temas estratégicos para o País nos próximos 18 anos. Esses temas foram estabelecidos a partir das análises de oito equipes de especialistas de várias instituições brasileiras. O trabalho faz parte do "Projeto Brasil 3 Tempos: 2007, 2015 e 2022", do Núcleo de Assuntos Estratégicos (NAE) da Presidência da República e executado sob a coordenação do Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE), vinculado ao Ministério da Ciência e Tecnologia. O projeto é composto de sete dimensões e o IEA trabalha em duas delas: Institucional e Global. No dia 7 de dezembro, representantes do NAE e do CGEE reuniram-se com os coordenadores das equipes do Instituto e apresentaram a relação dos 50 temas estratégicos e a metodologia das próximas fases do projeto. Na mesma ocasião, os responsáveis pelas equipes do IEA apresentaram as análises prospectivas e os cenários resultantes da consulta via web feita a 222 especialistas. A partir de 15 de janeiro, os 50 temas relativos a todas as dimensões do projeto serão submetidos a consulta pública. Cerca de 50 mil pessoas acadêmicos, lideranças sociais, empresários, jornalistas e representantes dos três Poderes nos três níveis de governo opinarão sobre a possibilidade de concretização desses aspectos no futuro. Nas próximas semanas será iniciada campanha de divulgação nacional do projeto. A fase posterior será a de definição de soluções estratégicas para a implementação dos cenários desejáveis para o País. Proposta
de Estado Para ser possível a elaboração da análise prospectiva, recém-terminada, as equipes encarregadas das diversas dimensões identificaram quase mil "fatos portadores de futuro", que são fatos reais, presentes na atualidade e com forte potencial de interferir na construção do futuro. Após consolidados, esses fatos embasaram a fase posterior, iniciada por uma reunião com as coordenações de todas as equipes envolvidas. Nessa reunião, foram elaboradas 367 idéias de composição de "temas de futuro", que são visualizações decorrentes dos fatos. A depuração dessas visualizações produziu 187 "objetivos para temas futuros". A fusão desses objetivos permitiu a priorização de 50 "temas estratégicos", que serão objeto da consulta pública em janeiro. Através de consultas pelo método Delphi e da convergência de opiniões, bem como da aplicação de uma matriz de impactos cruzados, essa fase tentará estruturar, por grau de probabilidade, os cenários prospectivos. A consulta pública será conduzida pela internet, dentro de cada tema estratégico, buscando respostas sobre a probabilidade de sua ocorrência em 2015 e/ou 2022, sobre a pertinência do assunto para um planejamento de longo prazo e sobre a importância, para o Brasil, de sua ocorrência. O processamento das respostas ainda irá considerar o grau de informação acerca do tema de cada pessoa consultada. A seleção do universo de respondentes será conduzida pelos ministros coordenadores do projeto. Os publicos escolhidos e o ministério encarregado da seleção das pessoas são: 1) governo federal Casa Civil; 2) sociedade civil organizada Secretaria Geral da Presidência da República; 3) mídia e área acadêmica Secretaria de Comunicação e Gestão Estratégica; 4) empresários e lideranças sociais Secretaria do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social; 5) governos estaduais e municipais, Poder Legislativo e Poder Judiciário Secretaria de Coordenação Política e Assuntos Institucionais. Participação
do IEA O quinto documento, com a visualização prospectiva, decorreu da análise dos resultados obtidos em consulta Delphi via web. No caso da Dimensão Global, 398 especialistas foram convidados a responder o questionário e 118 deles o fizeram. Na Dimensão Institucional, o convite foi feito a 399 especialistas, com participação 104 deles. Isso significa que 28% das pessoas convidadas responderam o questionário, uma participação considerada excepcional para uma consulta desse tipo. A última fase da participação oficial do IEA no projeto será a elaboração de opções estratégias que atendam às metas das dimensões em que o IEA participou. Nessas opções serão propostas soluções estratégicas que sejam caminhos possíveis de serem pactuados com a sociedade brasileira. Essas propostas serão produzidas até 30 de janeiro. Seminários A coordenação-geral do projeto no IEA está a cargo de Geraldo Forbes, com Amaury de Souza como coordenador-adjunto e James Wright (com assistência de Renata Giovinazzo Spers) como coordenador de metodologia. A coordenação da equipe da Dimensão Institucional é composta por Maria D'Alva Kinzo (coordenadora), Gildo Marçal Brandão (coordenador adjunto), Maria Tereza Sadek, Martha Teresa da Silva Arretche e Alexandre Polesi. A equipe da Dimensão Global tem coordenação constituída por Sebastião Velasco e Cruz (coordenador), Ricardo Sennes (coordenador-adjunto), Alexandre Barbosa, Carlos Eduardo Lins da Silva e Guilherme Dias. Dimensões Mais: leia sobre as primeiras fases do projeto no IEA na edição 47 deste boletim; informações gerais sobre os fundamentos e objetivos do projeto estão em www.planalto.gov.br/secom/nae.
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LANÇAMENTO |
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DIVERSIFICAÇÃO As
mudanças no perfil tradicional da religiosidade também
é discutida por Antônio Flávio Pierucci, no artigo
"'Bye Bye, Brasil' - O Declínio das Religiões Tradicionais
no Censo 2000", onde identifica mudanças sociais aceleradas
no campo das religiões e o declínio demográfico
de três delas: catolicismo, luteranismo e umbanda. O exame das
crenças, envolvimento e poderes religiosos de um grande centro
brasileiro está em "Dimensões Básicas da
Religiosidade Belo-Horizontina", de Alexandre Cardoso, a partir
de levantamento feito em 2002 na região metropolitana da capital
mineira. CATOLICISMO Em "A Renovação Carismática Católica - Algumas Observações", Edênio Valle examina esse movimento católico a partir de uma perspectiva sociopsicológica. Ele apresenta as fontes, desenvolvimento e cenários atuais da RCC e reflete sobre como ela realiza as funções básicas da religião. EVANGÉLICOS José
Jeremias de Oliveira Filho traça um histórico da Igreja
Adventista do Sétimo Dia desde seu surgimento como seita na
primeira metade do século 19. O painel está no texto
"Formação Histórica do Movimento Adventista",
onde o autor também trata da presença dos adventistas
no Brasil entre o final do Império e início da República,
com as mesmas características iniciais do movimento, mas gerando
inúmeras seitas. AFRO-BRASILEIRAS Oswaldo
Elias Xidieh, no artigo "A Difícil Viagem de Retorno à
Aldeia", trata do movimento migratório no interior do
Estado de São Paulo. O autor destaca que parte desses andantes
buscava ajuda na umbanda, nem sempre se convertendo, outros se apegavam
aos sindicatos de trabalhadores rurais, outros ainda se aproximavam
de remificações mais abertas da Igreja Protestante. ESPIRITISMO,
XAMANISMO E BUDISMO A religiosidade indígena também está presente no dossiê, através do artigo "Pajés e Feiticeiros", de Carmen Junqueira. A autora estuda a relação entre pajelança e feitiçaria, atividades sociais que se opõem na cultura Kamaiurá. São examinados os procedimentos que acompanham doença e morte, ambos fatores de desordem no cotidiano da aldeia. Embora a mídia com freqüência afirme que o budismo é uma das religiões que mais cresce no Brasil, os dados das pesquisas recentes, inclusive dos censos, indicam exatamente o contrário. No artigo "O Dharma Verde-Amarelo Mal-Sucedido Um Esboço da Acanhada Situação do Budismo", Frank Usarski confronta essa imagem pública exagerada com a realidade empírica e discute de maneira sistemática os problemas e desafios principais com os quais o budismo brasileiro contemporâneo é confrontado. OUTROS
TEMAS O crescimento acentuado do número de brasileiros sem religião, sobretudo jovens de 15 a 24 anos, tem chamado a atenção dos estudiosos. No texto "O Jovens 'Sem Religião': Ventos Secularizantes, "Espírito de Época" e Novos Sincretismos Notas Preliminares", Regina Novaes aponta para a conjugação e a convivência entre: o ideário secularizante (presente entre ateus e agnósticos), o "espírito de Época" (presente entre aqueles que acreditam em Deus mas rejeitam instituições religiosas ou transitam entre pertencimentos institucionais) e, finalmente, as novas modalidades sincréticas (favorecidas pela perda da hegemonia do catolicismo e pela globalização do campo religioso). No artigo "A Propósito de um Texto de Habermas: A Herança Brasileira de um Dilema da Civilização Ocidental", Eduardo Cruz parte das idéias expressas por Jürgen Habermas em artigo sobre os acontecimentos de 2001. Segundo Cruz, Habermas fala do diálogo entre fé e saber apenas para o plano moral. Segundo Cruz, é preciso considerar também o aspecto cognitivo da religão e defende, no caso brasileiro, um esforço comum em face de ameaças como o criacionismo e em prol de uma educação que desenvolva a cidadania e o conhecimento são. Antônio Gouvêa Medonça, no artigo "A Experiência Religiosa e a Institucionalização da Religião", discute o duplo caminho, de ida e volta, entre a experiência religiosa psicológica e a religião institucionalizada ou igreja, no caso do Cristianismo. Para ele, esse percurso "apresenta o sagrado como constituinte ou constituído e é, ao mesmo tempo, conservador e transformador da religião". Para o autor de "Fronteiras da Fé Alguns Sistemas de Sentido, Crenças e Religiões no Brasil de Hoje", Carlos Rodrigues Brandão ressalta que, "para além da religião, o tempo cultural em que vivemos e para onde nos dirigimos inclui cada vez mais um número maior de estilos de espiritualidades, de outros sistemas de sentido, de combinações pessoais de saberes e valores que não apenas permitem, mas obrigam a própria pessoa-religiosa a interações de sentido, a integrações de escolhas, a indeterminações de seu próprio destino como um indivíduo e uma identidade". O dossiê traz como fecho a íntegra da conferência que o cardeal d. Paulo Evaristo Arns fez no IEA no dia 19 de outubro sobre o tema "A Paz entre as Religiões". Segundo o cardeal Arns, é preciso que as religões criem um clima de paz mundial: "Até agora pouco se apelou para o mundo das religiões, e menos ainda para a ação da juventude, nesta nova fase de enfrentamento do problema que se torna cada vez mais angustiante". A edição se completa com mais duas seções: "Entrevista" transcreve os trechos principais de depoimento de Igacy Sachs sobre sua carreira aos editores da revista; em "Cinema", Walnice Nogueira Galvão contribui com o texto "Metamorfoses do Sertão", onde trata da presença de tipos emblemáticos do interior brasileiro nas telas. Mais: o lançamento acontece no dia 16 de dezembro, às 17h30, no Auditório Alberto Carvalho da Silva, sede do IEA, no Edifício da Antiga Reitoria, Av. Prof. Luciano Gualberto, Travessa J, 374, térreo, Cidade Universitária, São Paulo (veja o mapa); a assinatura anual (3 edições) custa R$ 50,00; informações sobre como assinar a publicação estão em www.usp.br/iea/revista; se preferir, o interessado pode ligar para (11) 3091-3919 ou 3091-4442 e falar com Edilma Martins, ou então enviar mensagem para estavan@usp.br.
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Nota |
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De 20 a 24 de março de 2005, na Universidade Nacional da Irlanda (NUI), em Galway, acontecerá um workshop sobre "Economia Computável". Dois integrantes da Área de Lógica e Teoria da Ciência do IEA serão conferencistas no evento: os lógicos Newton da Costa e Francisco Antonio Doria. Eles farão conferências em conjunto sobre "Introdução à Teoria da Complexidade Computacional" e "Introdução à Indecidibilidade e Incompletude". Os outros conferencistas serão Duncan Foley (Universidade de Nova York, EUA), Joe McCauley (Universidade de Houston, EUA), Sheri Markose (Universidade de Essex, Reino Unido), Jorma Rissanen (Academia de Ciências de Helsinki, Finlândia), Stefano Zambelli (Universidade de Aalborg, Dinamarca) e Thomas Boylan (NUI Galway). Mais informações no site www.nuigalway.ie/cisc/cobera2005, onde pode ser obtido o formulário para inscrição, que deverá chegar preenchido à coordenação do evento antes de 31 de janeiro. Os comunicados de confirmação das inscrições aceitas serão enviados aos requerentes a partir de 15 de fevereiro. Pós-graduandos e pós-doutorandos de países em desenvolvimento terão isenção da taxa de participação.
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UNIVERSIDADE
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