O IEA
TEXTOS
EVENTOS
ESPECIAL

GRUPOS
BOLETIM
AO VIVO
SALA VERDE 

REVISTA
NOTÍCIAS
VÍDEOS
REDES 

Logo USP

fale conosco  |  onde estamos
 imprensa  |  english

Integrante da Ubias — University-Based Institutes for Advanced Study Network
Loading
Logo faixa vermelha
   

Boletim quinzenal do IEA/USP – nº 45 – 16 a 31 de agosto de 2004


    
 SEMINÁRIO
   Os impactos da nanotecnologia
   
na sociedade e no meio ambiente

 REVISTA
   Hélio Bicudo defende a
   descentralização da Justiça

 PROJETO
   Gilberto Gil abre programação 2004/5
   da Cidade do Conhecimento

    
 

   
Edições anteriores:
www.usp.br/iea/contato

Solicite cadastro pelo
e-mail mbellesa@usp.br

Indique contato,
para os amigos

Para cancelar o envio,
escreva RETIRAR no
ASSUNTO da resposta

NOTAS
A íntegra da conferência de Ronaldo Sardenberg

    

    

SEMINÁRIO
Os impactos da nanotecnologia
na sociedade e no meio ambiente

    
Apontada como fonte de uma possível 5ª revolução industrial, a nanotecnologia certamente terá um forte impacto nas sociedades desenvolvidas e em desenvolvimento, bem como no planeta. Por causa dessas implicações, os debates não podem ficar restritos aos cientistas e tecnólogos da área. Uma oportunidade para a discussão abrangente do tema será o I Seminário Internacional de Nanotecnologia, Sociedade e Meio Ambiente, nos dia 18 e19 de outubro, na Casa da Cultura Japonesa, na USP.

O evento reunirá pesquisadores brasileiros de nanociências e das ciências humanas e cientistas estrangeiros que participaram da elaboração de relatórios internacionais sobre nanotecnologia. O seminário é uma realização do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) e IEA. Os patrocinadores são as três instituições mais o CNPq e o Ministério de Ciência e Tecnologia. As inscrições poderão ser feitas a partir de 1º de setembro no site www.fflch.usp.br/seminanosoma, com taxa de R$ 50,00 (R$ 20,00 para estudantes).

Segundo o coordenador do seminário, o sociólogo Paulo Roberto Martins, do IPT, os países desenvolvidos já incorporaram aos seus programas de nanociência e nanotecnologia pesquisas no campo das ciências humanas, para a investigação dos impactos sociais da nanotecnologia. Isso pode ser verificado nos relatórios produzidos pela National Science Foundation (USA), Economic & Social Research Council (Reino Unido), European Commission (UE) e The Royal Society & The Royal Academy of Engineering (Reino Unido) [disponíveis no site do seminário].

Martins diz que vários pesquisadores brasileiros estão tentando integrar essa temática ao Programa Nacional de Nanociência e Nanotecnologia. Além disso, estão articulando pesquisadores em humanidades para a constituição da Rede Brasileira de Pesquisa em Nanotecnologia, Sociedade e Meio Ambiente.

Os conferencistas brasileiros do seminário serão: Cylon Gonçalves da Silva (MCT), Edmilson Lopes Junior (UFRN), Eliane Moreira (UFPA), Eronides Felisberto da Silva Junior (UFPE), Henrique Rattner (FEA/USP e IPT), Nelson Eduardo Duran Caballero (Unicamp), Oscar Manoel Loureiro Malta (UFPE), Paulo Roberto Martins (IPT) e Sônia Maria Dalcomuni (Ufes). Os convidados estrangeiros serão: Annabelle Hert, do Sonar (Systematic Observation of Notions Associated with Risk) da Swiss Re (Suíça); John Ryan, da Universidade de Oxford (Reino Unido) e diretor do Interdisciplinary Research Collaboration on Bionanotechnology; Kenneth Gould, da Universidade Saint Lawrence (EUA) e co-autor the "Environment and Society: The Enduring Conflict (1994) e "Environmental Struggles: Citizen Activism in the Treadmill of Production" (1996); e Stephen Wood, vice-diretor e pesquisador do Institute of Work Psycology da Universidade de Sheffield (Reino Unido).

Mais: informações sobre o seminário podem ser obtidas no site www.fflch.usp.br/seminanosoma ou no Serviço de Divulgação da FFLCH, pelos telefones (11) 3091-4938 e 3091-4612.
   

      

REVISTA
Hélio Bicudo defende a
descentralização da Justiça

     
"O problema do acesso à Justiça é uma questão fundamental quando se deseja promover uma reforma do Poder Judiciário. É importante salientar que esta é uma reforma que não necessita de alterações no texto constitucional. Acredito que os próprios Poderes Judiciários dos estados poderiam adotar determinadas medidas, até mesmo administrativas, para diminuir a distância entre o cidadão e o juiz". Essa é uma das principais preocupações de jurista Hélio Bicudo quanto à reforma da Justiça no Brasil. O comentário está em entrevista com ele que sairá no dossiê "A Justiça e o Brasil" da revista "Estudos Avançados" nº 51, com lançamento em setembro.


Hélio Bicudo

Vice-prefeito de São Paulo, Bicudo é protagonista de uma longa e combativa atuação no Ministério Público paulista e na Comissão de Justiça e Paz da Arquidiocese de São Paulo. Na entrevista que concedeu a Marco Antônio Coelho, editor executivo da revista, e ao advogado Luís Francisco Carvalho Filho, ele exemplifica com a centralização da justiça na cidade de São Paulo: "É o caso, por exemplo, do Fórum Criminal, que tem cerca de 60 varas. Para se ouvir uma testemunha que mora em Parelheiros, temos de trazê-la até o centro da cidade, o que é um problema complicado".

A maneira como se desenvolve o processo também é um complicador na relação entre o cidadão e o juiz, segundo Bicudo: "O juiz que recebe a denúncia não é o mesmo que interroga; não é o mesmo que ouve as testemunhas, não é o juiz que examina a prova. Assim, é um quarto ou um quinto juiz que decide a partir de um documento inserido no papelório".

Bicudo é contra a introdução da súmula vinculante: "As súmulas devem existir como uma orientação para o Poder Judiciário, mas não devem ser impostas obrigatoriamente aos juízes. Quem faz o direito não é o Poder Legislativo, é o juiz com seu poder criativo, com sua vivência, com sua experiência, é ele quem vai aplicar essa lei. Uma lei é para ajudar as pessoas." Para ele, a súmula vinculante engessa o Poder Judiciário: "Nessecaso não seria necessário o recrutamento de mais juízes; precisaríamos apenas de mais computadores. De acordo com o caso, se apertaria um botão".

Na entrevista, Bicudo se posiciona contra o endurecimento maior das penalidades, a perda de espaço do discurso dos direitos humanos e a criação de um órgão para controle do Judiciário (apesar de ser a favor do controle externo via interferência de instituições já existentes e organismos da sociedade civil).

O dossiê "A Justiça e o Brasil" conta também com textos de Maria Tereza Sadek [leia nota na edição anterior do boletim], José Eduardo Faria, Paulo Bonavides, Fábio Konder Comparato, Luís Francisco Carvalho Filho, Oscar Vilhena Vieira, Valter Uzzo e Virgínia Feix, além de entrevista com Dyrceu Cintra Jr. A edição terá ainda três outros dossiês: "Trabalho e Emprego", "Ciências da Vida" e "Leitores de Machado de Assis.

SUMÁRIO DA EDIÇÃO 51

Trabalho e Emprego
• Desenvolvimento capitalista e desenvolvimento solidário - Paul Singer
• Inclusão social pelo trabalho decente: oportunidades, obstáculos, políticas públicas - Ignacy Sachs
• Destinos da ruralidade no processo de globalização - José Eli da Veiga
• Sebrae: o jovem empreendedor – José Luiz Ricca

Reforma da Justiça
• Judiciário: mudanças e reformas - Maria Tereza Sadek
• O sistema brasileiro de Justiça: experiência recente e futuros desafios - José Eduardo Faria
• Jurisdição constitucional e legitimidade (algumas observações sobre o Brasil) - Paulo Bonavides
• O Poder Judiciário no regime democrático - Fábio Konder Comparato
• A Justiça piorou no Brasil - Entrevista com Hélio Bicudo
• Reforma do judiciário: não pode haver ilusão - Entrevista com Dyrceu Cintra Jr.
• Impunidade no Brasil - Colônia e Império - Luís Francisco Carvalho Filho
• Que reforma? - Oscar Vilhena Vieira
• A reforma trabalhista necessária é possível - Valter Uzzo
• Por uma política pública nacional de acesso à Justiça - Virgínia Feix

Ciências da Vida
• Embriões, células-tronco e terapias celulares: questões filosóficas e antropológicas - Anne Fagot-Largeault
• Clonagem e células-tronco - Mayana Zatz
• A propósito da utilização de células-tronco embrionárias - Marco Segre
• Clonagem humana - Dráuzio Varella

Leitores de Machado de Assis
• Romero, Araripe, Veríssimo e a recepção crítica do romance machadiano - Hélio de Seixas Guimarães
• Machado de Assis, leitor e crítico de teatro - João Roberto Faria
• Tempo e espaço na forma shandiana: Sterne e Machado de Assis - Sérgio Paulo Rouanet
• Raymundo Faoro leitor de Machado de Assis - Alfredo Bosi
    

  

PROJETO
Gilberto Gil abre programação 2004/5
da Cidade do Conhecimento

          


Gilberto Gil: "Trabalho sob a
inspiração da ética hacker"

No dia 10 de agosto, o projeto Cidade do Conhecimento deu inicio às atividades dos programas que desenvolverá no período 2004/2005. O auge da programação foi a "aula magna" do ministro da Cultura Gilberto Gil sobre "Cultura Digital e Desenvolvimento", que ocorreu na Sala do Conselho Universitário da USP [leia trecho abaixo].

Dois programas da Cidade estão com inscrições abertas: o Educar na Sociedade da Informação, destinado a professores do ensino fundamental e médio, e Gestão de Mídias Digitais, voltado para profissionais que atuam em pontos de acesso público à internet (infocentros, telecentros, bibliotecas, escolas, postos de saúde e do correio etc.). Para mais informações sobre esses programas e inscrições, consulte o site www.cidade.usp.br.

 

Cultura Digital e Desenvolvimento*

Gilberto Gil

Somos cidadãos e consumidores, emissores e receptores de saber e informação, seres ao mesmo tempo autônomos e conectados em redes, que são a nova forma de coletividade.

O avanço da tecnologia digital resultou no fenômeno da convergência das tecnologias, que torna possível, por exemplo, que um telefone celular, em si um milagre, possa ser, ao mesmo tempo, uma câmara de fotografia e de vídeo, um computador de bolso com acesso à Internet e um receptor e um emissor de televisão. Um telefone celular caminha para ser uma central multimídia. Um cidadão com um celular pode ser um repórter, produtor de um conteúdo que pode ir ao ar a partir do seu telefone celular.

Os programas de cultura digital visam o uso pleno das novas oportunidades de inclusão digital pelas camadas da população até então excluídas. Trata-se de inclusão cultural, para além da mera alfabetização em informática.

O Ministério da Cultura está realizando esforços para garantir, em sua política, o reconhecimento estratégico do acesso à cultura digital. Estamos desenvolvendo projetos que oferecem possibilidades de acesso universal à informação e ao conhecimento através do uso pleno das redes telemáticas, como os Pontos de Cultura e a novas bibliotecas do Programa Fome de Livro.

Além da dimensão de acesso, os projetos pretendem criar condições para a apropriação das tecnologias digitais como ferramentas de produção cultural interativa e colaborativa.

Vocês certamente sabem, mas não custa destacar: existe uma comunidade, uma cultura compartilhada, de programadores e pensadores, cuja história remonta aos primeiros experimentos de minicomputadores. Os membros dessa cultura deram origem ao termo hacker. Hackers construíram a Internet. Hackers idealizaram e fazem a World Wide Web.

A mentalidade hacker não é confinada a esta cultura do hacker-de-software. Há pessoas que aplicam a atitude hacker em outras coisas, como eletrônica, música e nas ciências humanas. Na verdade, pode-se encontrá-la nos níveis mais altos de qualquer ciência ou arte.

Hackers de software reconhecem esses espíritos aparentados de outros lugares e pessoas, e podem chamá-los de hackers também. A natureza hacker é independente da mídia em que o hacker trabalha. Mas a origem do movimento hacker nasce dos hackers de software, e nas tradições da cultura compartilhada, que é a essência filosófica da ética hacker.

Existe outro grupo de pessoas que se dizem hackers, mas não são. São pessoas que se divertem invadindo computadores e fraudando o sistema telefônico.

Hacker de verdade chamam essas pessoas de crackers. Hackers de verdade consideram os crackers preguiçosos, irresponsáveis, e não muito espertos. A alegação de que ser capaz de quebrar sistemas de segurança torna alguém um hacker é o equivalente a dizer que fazer ligação direta em carros torna alguém um engenheiro automobilístico.

A diferença básica é esta: hackers constróem coisas, crackers destróem coisas. Hackers resolvem problemas e compartilham saber e informação. Acreditam na liberdade e na ajuda mútua voluntária, tanto que é quase um dever moral compartilhar informação, resolver problemas e depois dar as soluções, para que outros possam resolver novos problemas.

Retomo aqui as quatro liberdades preconizadas pela filosofia GNU/Linux:

Liberdade 0: a liberdade de executar um programa para qualquer finalidade.
Liberdade 1: a liberdade de estudar um programa, e adaptá-lo a novas necessidades.
Liberdade 2: a liberdade de redistribuir cópias e assim ajudar os vizinhos e parceiros.
Liberdade 3: a liberdade de melhorar os programas e compartilhar as inovações com a comunidade.

Eu, Gilberto Gil, cidadão brasileiro e cidadão do mundo, Ministro da Cultura do Brasil, trabalho na música, no Ministério e em todas as dimensões de minha existência, sob a inspiração da ética hacker, e preocupado com as questões que o meu mundo e o meu tempo me colocam, como a questão da inclusão digital, a questão do software livre e a questão da regulação e do desenvolvimento da produção e da difusão de conteúdos audiovisuais, por qualquer meio, para qualquer fim.

* Leia a íntegra em http://cidade.usp.br/redemoinhos/?2004-04/analise.
     
    

  

Notas

    
A íntegra da conferência de Ronaldo Sardenberg


Ronaldo Sardenberg (centro)
durante a conferência no IEA

A íntegra da conferência do Ronaldo Sardenberg, embaixador do Brasil na ONU, sobre "Brasil, Política Multilateral e Nações Unidas" já está disponível online. O evento lotou o auditório do IEA, com a participação inclusive de vários estudantes do curso de Relações Internacionais da USP. A coordenação do evento foi de Jacques Marcovitch, ex-reitor da USP. Os debatedores foram o cientista político José Augusto Guilhon Albuquerque, do Núcleo de Pesquisa em Relações Internacionais (Nupri) da USP, e o jornalista Carlos Eduardo Lins da Silva, ex-correspondente da "Folha S.Paulo" em Washington e ex-diretor do "Valor Econômico". A mesa foi presidida por João Steiner, diretor do IEA.
     
   

  

UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO
Reitor: Adolpho José Melfi
Vice-Reitor: Hélio Nogueira da Cruz

www.usp.br

INSTITUTO DE ESTUDOS AVANÇADOS
Diretor: João Steiner
Vice-Diretor: Alfredo Bosi
Conselho Deliberativo: Alfredo Bosi, Ana Lydia Sawaya, Celso Grebogi, César Ades, Hernan Chaimovich, João Steiner, Paulo Evaristo Arns e Yvonne Mascarenhas

iea@usp.br – www.usp.br/iea

contato,
Boletim quinzenal produzido pela Assessoria de Imprensa do IEA
Redação e edição: Mauro Bellesa (jornalista responsável, MTb-SP 12.739)

mbellesa@usp.br – www.usp.br/iea/contato

Logo faixa vermelha
sobre o site