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Boletim
quinzenal do IEA/USP nº 45 16 a 31 de agosto de
2004 |
REVISTA
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NOTAS |
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SEMINÁRIO |
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O evento reunirá pesquisadores brasileiros de nanociências e das ciências humanas e cientistas estrangeiros que participaram da elaboração de relatórios internacionais sobre nanotecnologia. O seminário é uma realização do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) e IEA. Os patrocinadores são as três instituições mais o CNPq e o Ministério de Ciência e Tecnologia. As inscrições poderão ser feitas a partir de 1º de setembro no site www.fflch.usp.br/seminanosoma, com taxa de R$ 50,00 (R$ 20,00 para estudantes). Segundo o coordenador do seminário, o sociólogo Paulo Roberto Martins, do IPT, os países desenvolvidos já incorporaram aos seus programas de nanociência e nanotecnologia pesquisas no campo das ciências humanas, para a investigação dos impactos sociais da nanotecnologia. Isso pode ser verificado nos relatórios produzidos pela National Science Foundation (USA), Economic & Social Research Council (Reino Unido), European Commission (UE) e The Royal Society & The Royal Academy of Engineering (Reino Unido) [disponíveis no site do seminário]. Martins diz que vários pesquisadores brasileiros estão tentando integrar essa temática ao Programa Nacional de Nanociência e Nanotecnologia. Além disso, estão articulando pesquisadores em humanidades para a constituição da Rede Brasileira de Pesquisa em Nanotecnologia, Sociedade e Meio Ambiente. Os conferencistas brasileiros do seminário serão: Cylon Gonçalves da Silva (MCT), Edmilson Lopes Junior (UFRN), Eliane Moreira (UFPA), Eronides Felisberto da Silva Junior (UFPE), Henrique Rattner (FEA/USP e IPT), Nelson Eduardo Duran Caballero (Unicamp), Oscar Manoel Loureiro Malta (UFPE), Paulo Roberto Martins (IPT) e Sônia Maria Dalcomuni (Ufes). Os convidados estrangeiros serão: Annabelle Hert, do Sonar (Systematic Observation of Notions Associated with Risk) da Swiss Re (Suíça); John Ryan, da Universidade de Oxford (Reino Unido) e diretor do Interdisciplinary Research Collaboration on Bionanotechnology; Kenneth Gould, da Universidade Saint Lawrence (EUA) e co-autor the "Environment and Society: The Enduring Conflict (1994) e "Environmental Struggles: Citizen Activism in the Treadmill of Production" (1996); e Stephen Wood, vice-diretor e pesquisador do Institute of Work Psycology da Universidade de Sheffield (Reino Unido). Mais:
informações sobre o seminário podem ser obtidas
no site www.fflch.usp.br/seminanosoma
ou no Serviço de Divulgação da FFLCH, pelos telefones
(11) 3091-4938 e 3091-4612. |
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REVISTA |
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Vice-prefeito de São Paulo, Bicudo é protagonista de uma longa e combativa atuação no Ministério Público paulista e na Comissão de Justiça e Paz da Arquidiocese de São Paulo. Na entrevista que concedeu a Marco Antônio Coelho, editor executivo da revista, e ao advogado Luís Francisco Carvalho Filho, ele exemplifica com a centralização da justiça na cidade de São Paulo: "É o caso, por exemplo, do Fórum Criminal, que tem cerca de 60 varas. Para se ouvir uma testemunha que mora em Parelheiros, temos de trazê-la até o centro da cidade, o que é um problema complicado". A maneira como se desenvolve o processo também é um complicador na relação entre o cidadão e o juiz, segundo Bicudo: "O juiz que recebe a denúncia não é o mesmo que interroga; não é o mesmo que ouve as testemunhas, não é o juiz que examina a prova. Assim, é um quarto ou um quinto juiz que decide a partir de um documento inserido no papelório". Bicudo é contra a introdução da súmula vinculante: "As súmulas devem existir como uma orientação para o Poder Judiciário, mas não devem ser impostas obrigatoriamente aos juízes. Quem faz o direito não é o Poder Legislativo, é o juiz com seu poder criativo, com sua vivência, com sua experiência, é ele quem vai aplicar essa lei. Uma lei é para ajudar as pessoas." Para ele, a súmula vinculante engessa o Poder Judiciário: "Nessecaso não seria necessário o recrutamento de mais juízes; precisaríamos apenas de mais computadores. De acordo com o caso, se apertaria um botão". Na entrevista, Bicudo se posiciona contra o endurecimento maior das penalidades, a perda de espaço do discurso dos direitos humanos e a criação de um órgão para controle do Judiciário (apesar de ser a favor do controle externo via interferência de instituições já existentes e organismos da sociedade civil). O
dossiê "A Justiça e o Brasil" conta também
com textos de Maria Tereza Sadek [leia nota na edição
anterior do boletim], José Eduardo Faria, Paulo
Bonavides, Fábio Konder Comparato, Luís Francisco Carvalho
Filho, Oscar Vilhena Vieira, Valter Uzzo e Virgínia Feix, além
de entrevista com Dyrceu Cintra Jr. A edição terá
ainda três outros dossiês: "Trabalho e Emprego",
"Ciências da Vida" e "Leitores de Machado de
Assis. Trabalho
e Emprego Reforma
da Justiça Ciências
da Vida Leitores
de Machado de Assis |
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PROJETO |
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No dia 10 de agosto, o projeto Cidade do Conhecimento deu inicio às atividades dos programas que desenvolverá no período 2004/2005. O auge da programação foi a "aula magna" do ministro da Cultura Gilberto Gil sobre "Cultura Digital e Desenvolvimento", que ocorreu na Sala do Conselho Universitário da USP [leia trecho abaixo]. Dois programas da Cidade estão com inscrições abertas: o Educar na Sociedade da Informação, destinado a professores do ensino fundamental e médio, e Gestão de Mídias Digitais, voltado para profissionais que atuam em pontos de acesso público à internet (infocentros, telecentros, bibliotecas, escolas, postos de saúde e do correio etc.). Para mais informações sobre esses programas e inscrições, consulte o site www.cidade.usp.br.
Cultura Digital e Desenvolvimento* Gilberto
Gil Somos cidadãos e consumidores, emissores e receptores de saber e informação, seres ao mesmo tempo autônomos e conectados em redes, que são a nova forma de coletividade. O avanço da tecnologia digital resultou no fenômeno da convergência das tecnologias, que torna possível, por exemplo, que um telefone celular, em si um milagre, possa ser, ao mesmo tempo, uma câmara de fotografia e de vídeo, um computador de bolso com acesso à Internet e um receptor e um emissor de televisão. Um telefone celular caminha para ser uma central multimídia. Um cidadão com um celular pode ser um repórter, produtor de um conteúdo que pode ir ao ar a partir do seu telefone celular. Os programas de cultura digital visam o uso pleno das novas oportunidades de inclusão digital pelas camadas da população até então excluídas. Trata-se de inclusão cultural, para além da mera alfabetização em informática. O Ministério da Cultura está realizando esforços para garantir, em sua política, o reconhecimento estratégico do acesso à cultura digital. Estamos desenvolvendo projetos que oferecem possibilidades de acesso universal à informação e ao conhecimento através do uso pleno das redes telemáticas, como os Pontos de Cultura e a novas bibliotecas do Programa Fome de Livro. Além da dimensão de acesso, os projetos pretendem criar condições para a apropriação das tecnologias digitais como ferramentas de produção cultural interativa e colaborativa. Vocês certamente sabem, mas não custa destacar: existe uma comunidade, uma cultura compartilhada, de programadores e pensadores, cuja história remonta aos primeiros experimentos de minicomputadores. Os membros dessa cultura deram origem ao termo hacker. Hackers construíram a Internet. Hackers idealizaram e fazem a World Wide Web. A mentalidade hacker não é confinada a esta cultura do hacker-de-software. Há pessoas que aplicam a atitude hacker em outras coisas, como eletrônica, música e nas ciências humanas. Na verdade, pode-se encontrá-la nos níveis mais altos de qualquer ciência ou arte. Hackers de software reconhecem esses espíritos aparentados de outros lugares e pessoas, e podem chamá-los de hackers também. A natureza hacker é independente da mídia em que o hacker trabalha. Mas a origem do movimento hacker nasce dos hackers de software, e nas tradições da cultura compartilhada, que é a essência filosófica da ética hacker. Existe outro grupo de pessoas que se dizem hackers, mas não são. São pessoas que se divertem invadindo computadores e fraudando o sistema telefônico. Hacker de verdade chamam essas pessoas de crackers. Hackers de verdade consideram os crackers preguiçosos, irresponsáveis, e não muito espertos. A alegação de que ser capaz de quebrar sistemas de segurança torna alguém um hacker é o equivalente a dizer que fazer ligação direta em carros torna alguém um engenheiro automobilístico. A diferença básica é esta: hackers constróem coisas, crackers destróem coisas. Hackers resolvem problemas e compartilham saber e informação. Acreditam na liberdade e na ajuda mútua voluntária, tanto que é quase um dever moral compartilhar informação, resolver problemas e depois dar as soluções, para que outros possam resolver novos problemas. Retomo aqui as quatro liberdades preconizadas pela filosofia GNU/Linux: Liberdade
0: a liberdade de executar um programa para qualquer finalidade. Eu, Gilberto Gil, cidadão brasileiro e cidadão do mundo, Ministro da Cultura do Brasil, trabalho na música, no Ministério e em todas as dimensões de minha existência, sob a inspiração da ética hacker, e preocupado com as questões que o meu mundo e o meu tempo me colocam, como a questão da inclusão digital, a questão do software livre e a questão da regulação e do desenvolvimento da produção e da difusão de conteúdos audiovisuais, por qualquer meio, para qualquer fim. *
Leia a íntegra em http://cidade.usp.br/redemoinhos/?2004-04/analise. |
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Notas |
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A íntegra
da conferência do Ronaldo Sardenberg, embaixador do Brasil na
ONU, sobre "Brasil, Política Multilateral e Nações
Unidas" já está disponível online.
O evento lotou o auditório do IEA, com a participação
inclusive de vários estudantes do curso de Relações
Internacionais da USP. A coordenação do evento foi de
Jacques Marcovitch, ex-reitor da USP. Os debatedores foram o cientista
político José Augusto Guilhon Albuquerque, do Núcleo
de Pesquisa em Relações Internacionais (Nupri) da USP,
e o jornalista Carlos Eduardo Lins da Silva, ex-correspondente da
"Folha S.Paulo" em Washington e ex-diretor do "Valor
Econômico". A mesa foi presidida por João Steiner,
diretor do IEA. |
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UNIVERSIDADE
DE SÃO PAULO INSTITUTO
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