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. Mayana Zatz discute a polêmica .
IEA e Mackenzie realizam colóquio . Universidade em transformação . Agenda de eventos notas LEMBRETEBRETE
Mayana Zatz discute a polêmica O Brasil já tem a tecnologia para desenvolver pesquisas com as células-tronco de embriões humanos, mas não pode fazê-lo por impedimento legal, ao contrário da maioria dos países da União Européia, Canadá, Austrália, Japão e Israel, que aprovaram pesquisas com células-tronco embrionárias obtidas por clonagem terapêutica ou de embriões de até 14 dias.
A geneticista Mayana Zatz, coordenadora do Centro de Estudos do Genoma Humano do Instituto de Biociências da USP, tem esperança que o Senado incorpore no texto do projeto de lei de biossegurança mudanças que permitam a pesquisa com as células-tronco embrionárias, possibilidade que foi suprimida quando da aprovação do projeto na Câmara dos Deputados. No dia 19 de maio, às 17h, no IEA, Mayana fará a conferência "Clonagem e Células-Tronco: Questões Polêmicas". Algumas pessoas são contra o uso de embriões porque consideram que vidas estariam sendo destruídas. Quanto à clonagem terapêutica, há o receio de que isso abriria caminho para a clonagem reprodutiva. A pesquisadora contesta essas objeções. Esclarece que os embriões a serem utilizados são aqueles descartados por clínicas de fertilização, porque são de má qualidade, com chance quase nula de evolução para uma nova vida, ou porque - depois de anos congelados - não interessam mais ao casal, que não deseja mais ter filhos. No caso da clonagem terapêutica, ela diz que o receio de seu futuro uso para clonagem reprodutiva é desmedido: "Há um obstáculo intransponível que é o útero, nunca vai se fazer um clone humano se não houver introdução num útero. E acho que qualquer desenvolvimento tecnológico tem seus riscos e benefícios". A geneticista lembra que quanto ao uso de células-tronco de indivíduos adultos (extraídas do sangue ou da medula) ou de cordão umbilical não há objeções, "mas ainda não sabemos o potencial dessas células para se diferenciarem nos tecidos desejados, para tratá-los ou substituí-los, sobretudo nas doenças degenerativas". Segundo Mayana, a sociedade ainda está precariamente informada sobre o assunto: "As pessoas continuam achando que estamos querendo fazer embriõezinhos e matar bebezinhos. Somos absolutamente contra isso. É preciso que a população entenda que queremos trabalhar com um pequeno conjunto de células, tão pequeno que é preciso colocá-lo num microscópio para vê-lo. Além disso, apresenta um potencial de vida baixíssimo". Quando um óvulo é fecundado por um espermatozóide começa a se dividir. Na fase de 16 a 32 células, elas são totipotentes, ou seja, são capazes de se diferenciar em células para qualquer um dos tecidos humanos. Quando o conjunto atinge o número de 64 células é chamado de blastocisto. Forma-se uma capa externa com um amontoado de células dentro. A capa está predestinada a formar a placenta e tecidos embrionários e as células internas todos os demais tecidos. São essas células internas que interessam para a pesquisa com células-tronco. Elas podem ser cultivadas e direcionadas para que se caracterizem como células de determinados tecidos. "Não sabemos ainda se o implante das células antes dessa diferenciação pode provocar tumores ou não, por isso a idéia de desenvolvê-las ao ponto de se especializarem." PERFIL Professora titular de genética do Instituto de Biociências (IB) da USP, onde graduou-se e obteve o mestrado, doutorado, pós-doutorado e livre docência em genética humana e médica, Mayana Zatz é coordenadora do Centro de Estudos do Genoma Humano, vinculado ao IB, e presidente-fundadora da Associação Brasileira de Distrofia Muscular (Abdim). Participou do Projeto Genoma Humano e também do seqüenciamento da Xyllela fastidiosa , coordenado pela Fapesp. É autora de 247 artigos científicos publicados em periódicos especializados. Já orientou 12 dissertações de mestrado e 12 teses de doutorado. Integra a Academia Brasileira de Ciências e a Academia de Ciências do Estado de São Paulo. Entre outras honrarias, recebeu prêmios do Instituto de Informação Científica (ISI), Ministério da Ciência e Tecnologia, Unesco/L'Oréal, Governo do Estado de São Paulo e Muscular Dystrophy Association. Mais: informações podem ser obtidas com Sandra Codo (sancodo@usp.br), telefones (11) 3091-3919 e 3091-4442.
IEA e Mackenzie realizam colóquio A obra do historiador norte-americano Richard Morse (1922-2001) é tema de colóquio que o IEA e o Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo da Universidade Presbiteriana Mackenzie (UPM) realizam nos dias 5 e 6 de maio. Autor de "Formação Histórica de São Paulo" (1954, com revisão em 1960), Morse foi pioneiro dos estudos brasilianistas (com Stanley Stein, também de Princeton) e pertenceu à primeira geração de pesquisadores que aqui viveu nos anos 30 e 40. O "Colóquio Morse" é coordenado por Carlos Guilherme Mota (IEA, FFLCH/USP e UPM) e Candido Malta Campos (UPM). Estão previstas as participações de Nestor Goulart Reis, Rebeca Scherer, Phillip Gunn, José Geraldo Simões Junior, Ricardo Medrano, Tarcísio Costa, Matthew Shirts, Francisco Alambert, Antonio Candido e Benedito Lima de Toledo.
No dia 5 o evento será às 19h, no Auditório João Calvino da UPM, Rua da Consolação, 896, Ed. João Calvino, Mezzanino, Centro, São Paulo. No dia 6, às 9h, o colóquio acontece no Auditório Alberto Carvalho da Silva, sede do IEA. No ano do 450º aniversário de São Paulo, nada mais apropriado que a lembrança do autor de uma obra clássica sobre a cidade e um marco nos estudos urbanos latino-americanos. Morse foi professor nas universidades de Princeton, Columbia, Yale e Stanford e professor-visitante do IEA no final dos anos 80, tendo voltado ao Instituto em 1990. Segundo Carlos Guilherme Mota, primeiro diretor e atualmente professor honorário do IEA, "Morse deixou marcas em nossos seminários e estudo publicado na revista, fez contatos e exposições com muito brilho, tendo recebido a Medalha de Honra da USP na ocasião". Mota destaca que os interesses de Morse iam da história da urbanização à literatura, da crítica da cultura ao estudo dos ensaísmo ibero-americano. Escreveu também "O Espelho de Próspero" (1988) e "A Volta de McLuhanaíma" (1990). "Ele deixou fortes marcas em nosso Instituto, com sua crítica irônica ao burocratismo na academia e ao apagamento dos estudos ibero-americanos nos currículos universitários". Mais: informações com Sandra Sedini (sedini@usp.br), telefones (11) 3091-3919 e 3091-4442.
Universidade em transformação
A universidade no Brasil passa por um momento peculiar e decisivo para a definição dos contornos de sua presença e atuação nas próximas décadas. Se de um lado a produção científica e a formação de pesquisadores apresentam crescimento acentuado, de outro, a exigüidade de recursos e as dificuldades para a ampliação de vagas parecem se enredar num nó górdio. Somam-se a esse quadro várias premências, como a modernização da governança e da gestão, incremento e ajuste da interação com os setores produtivos, atenção revigorada às demandas da sociedade e o uso eficaz das novas tecnologias tanto na pesquisa quanto na disseminação do conhecimento. Evidentemente, todas esses ajustes devem ser articulados em consonância com os valores que definem a universidade: liberdade e rigor de pensamento, pluralidade de opiniões, intercâmbio de idéias entre as diversas áreas da ciência e da cultura, elevado padrão ético, compromisso com o saber e com a sociedade, credibilidade, questionamento e criatividade. Da configuração resultante das reformulações previsíveis, ansiadas ou mesmo inexoráveis deverá surgir uma instituição mais ajustada às necessidades de um País também em processo de transformação. Atento ao debate nacional sobre a questão, o Conselho Deliberativo do IEA decidiu eleger o tema "Universidade Ontem, Hoje, Amanhã" como a primeira "Temática Semestral" do Instituto. O objetivo não é produzir propostas pontuais e acabadas para implementação nas instituições e no sistema universitário do País. A preocupação é propiciar um espaço e uma agenda de atividades que possibilitem estudos e discussões densas sobre alguns temas estruturais para o futuro da universidade brasileira, com a devida atenção aos desafios do presente e às conquistas do passado que ainda impactam de maneira positiva a vida universitária. Dessa forma, serão contemplados simultaneamente a reflexão sobre os 70 anos da trajetória da USP, o debate sobre a Reforma Universitária Federal e estratégias para o desenvolvimento institucional do setor. No período de final de abril e início de maio estão sendo definidos os pesquisadores e aspectos do tema a serem abordados. Em seguida, os pesquisadores envolvidos planejarão as atividades temáticas, que acontecerão no segundo semestre de 2004 e poderão incluir conferências, seminários, mesas-redondas, publicações e outras realizações. O s interessados que queiram enviar sugestões e comentários sobre o escopo e os objetivos da iniciativa podem fazê-lo por intermédio do e-mail ieaconsulta@usp.br .
Agenda de eventos . 5 de maio, 10h . 5 (19h) e 6 (9h) de maio, . 13 de maio, 17h30 . 19 de maio, 17h . 8 de junho, 10h . 30 de junho, 15h Mais: informações podem ser obtidas por meio dos telefones (11) 3091-3919 e 3091-4442 e do e-mail iea@usp.br; veja a localização do IEA em www.usp.br/iea/mapa.html.
Notas Esgotados os convites para Fapesp presta homenagem a Alberto Carvalho da Silva
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