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. Os programas internacionais sobre mudanças ambientais .
Negros são tema da próxima . Conferência Regional recebe propostas de participação . Agenda de eventos nota LEMBRETEBRETE
Os programas internacionais “Uma nova perspectiva global começou a emergir e formar a estrutura para pesquisas nas ciências ambientais. Recentemente, dois aspectos do funcionamento terrestre têm recebido atenção. O primeiro é que a Terra pode ser considerada um sistema não-linear no qual a biosfera exerce um papel central; o segundo é que as atividades humanas são agora tão intensas e tão profundas em suas conseqüências que elas afetam o sistema terrestre de maneira sem precedentes, ameaçando os processos e os componentes dos quais os seres humanos dependem.” O comentário é do biogeoquímico Guy Brasseur, presidente do Comitê Científico do Programa Internacional Geosfera-Biosfera (IGBP), que no dia 31 de março, às 17h, na sede do IEA, fará a conferência “As Iniciativas para as Ciências do Sistema Terrestre: o Novo IGBP” (o evento será em inglês).
Muitas questões científicas relacionadas com a evolução passada e futura do planeta requerem uma abordagem interdisciplinar. Os quatro programas internacionais sobre mudanças globais – IGBP, WCRP (Programa Mundial de Pesquisa sobre o Clima), IHDP (Programa Internacional da Dimensão Humana) e Diversitas – “trabalham juntos para tratar dos aspectos relevantes das relações entre mudanças ambientais e sociedades humanas”, comenta Brasseur. Na conferência, ele apresentará os objetivos científicos desses programas, especificamente do IGBP. Também falará de outros programas internacionais relacionados com as questões de alimento, água, carbono e saúde. Além de atuar no IGBP, Brasseur é diretor do Instituto Max-Planck de Meteorologia, Alemanha. Suas especialidades de pesquisa são: química e dinâmica da estratosfera e troposfera; ciclos biogeoquímicos; interações químicas do clima; modelagem atmosférica; desenvolvimento de modelos de transporte químico global e simulação da formação e destino de substâncias químicas na troposfera e atmosfera média; e avaliação da resposta da atmosfera a perturbações naturais ou produzidas pelos seres humanos.
Negros são tema da próxima edição O.A análise de dados econômicos, sociais e históricos da população negra brasileira, o debate sobre o preconceito racial e as propostas de ação afirmativa e a participação dos negros na cultura, inclusive como autores ou personagens na literatura, música popular, teatro e artes plásticas. Esse é o enfoque do dossiê do nº 50 da revista “Estudos Avançados”, referente ao primeiro quadrimestre de 2004 e com lançamento previsto para abril.
Um dos destaques do dossiê “O Negro e o Preconceito Racial” é a entrevista com o sociólogo Octávio Ianni, professor emérito da USP. Um dos principais colaboradores de Roger Bastide e Florestan Fernandes, Ianni participou ativamente da chamada escola de sociologia paulista, que traçou um novo panorama analítico sobre a situação do negro e o preconceito racial no País. De acordo com Ianni, havia na ideologia brasileira e no ambiente cultural acadêmico um certo compromisso com a tese da democracia racial: "Com os trabalhos de Roger Bastide e Florestan Fernandes é que foi revelada a realidade do preconceito racial de par em par com o preconceito de classe". Um dos temas polêmicos da atualidade é o da implantação de cotas para negros em universidades públicas. Para o sociólogo, "numa primeira avaliação, o estabelecimento de cotas aparece como uma conquisa positiva; mas, simultaneamente, é a reiteração de uma sociedade injusta, fundada no preconceito". O antropólogo Luís Roberto Cardoso de Oliveira, da Unicamp, diz em seu artigo que é positiva a adoção de um percentual mínimo de alunos negros em todos os cursos (e não cotas correspondentes à participação dos negros na composição da sociedade) pelo "potencial transformador" da medida no plano simbólico, como instrumento de combate ao racismo. Ivonne Maggie e Peter Fry, professores de antropologia da UFRJ, tratam em seu artigo sobre a adoção – via lei estadual – de cotas na Uerj e na Uenf em 2001. O artigo analisa as cartas de leitores sobre a medida legal enviadas ao jornal "O Globo" em 2001 e 2002: "Os leitores que as escreveram sugerem que a introdução de cotas raciais talvez não alcance o que pretende e terá efeitos que irão muito além das finalidades explícitas nos pronunciamentos dos governantes, em particular uma bipolarização racial e um aumento de tensão inter-racial, sobretudo nas camadas menos favorecidas da população". Os geneticistas Sérgio Danilo Junho Pena (UFMG) e Maria Catira Bortolini (UFRS) colaboram indiretamente com o debate por meio de artigo sobre a contribuição africana no genoma dos brasileiros. Segundos eles, 30% dos brasileiros autoclassificados como brancos e 80% dos negros apresentam linhagens maternas características da África subsaariana. Em razão disso, estimam que pelo menos 89 milhões de brasileiros são afrodescendentes. Números mais expressivos surgem ao serem utilizadas determinadas técnicas de pesquisa genética: cerca de 146 milhões de brasileiros (86% da população) apresentam mais de 10% de contribuição africana em seu genoma. Outra parte do dossiê reúne cinco entrevistas que o editor executivo Marco Antônio Coelho realizou com pesquisadores baianos. Um deles é o antropólogo Júlio Santana Braga, professor da UFBa e uma das personalidades mais expressivas do candomblé em Salvador. Os outros entrevistados são o antropólogo Jocélio Teles, diretor do Centro de Estudos Afro-Orientais (Ceao) da UFBa; o geógrafo Waldir Freitas Oliveira; Arany Santana, secretária da Reparação de Salvador; e Sérgio Passarinho, da Secretaria Extraordinária de Desenvolvimento Econômico da Bahia. O dossiê traz também textos de Domício Proença Filho e Alfredo Bosi sobre os negros na literatura, de Abdias Nascimento sobre o teatro experimental do negro, do Emanoel Araújo sobre os negros e as artes plásticas e de Bruno Zeni sobre o rap em São Paulo. Entre outros textos previstsos estão um de Carlos Vogt sobre a língua cafundó, uma entrevista com Kabengele Munanga e artigo de Alberto da Costa e Silva sobre o comércio de exemplares do Alcorão entre os negros muçulmanos no Rio de Janeiro durante o século 19. 50 EDIÇÕES Neste primeiro quadrimestre de 2004, a revista “Estudos Avançados” atinge sua 50ª edição, numa trajetória marcante no debate sobre ciência, cultura e políticas públicas iniciada em dezembro de 1987, quando foi lançado o primeiro número da publicação, com as íntegras das conferências dos historiadores Raymundo Faoro e Michel Vovelle, feitas no primeiro ano de existência do IEA. São quase 17 anos de periodicidade regular, com mais de mil textos publicados, entre artigos, íntegras de conferências, ensaios, documentos, entrevistas, poemas e registros sobre artes. Muitos desses textos integraram os dossiês publicados desde 1992, com temas como educação, saúde, filosofia da ciência, meio ambiente, trabalho escravo, mulheres, desenvolvimento sustentável, questão agrária, universidade e urbanismo. Inúmeros dos mais importantes cientistas e humanistas do País e diversos do Exterior estão presentes nas edições da revista, como Ignacy Sachs, Noam Chomsky, Jürgen Habermas, Marilena Chauí, Hildebrando Pereira da Silva, Johanna Döbereiner, Milton Santos, John Kenneth Galbraith, Antonio Candido, Aziz Ab'Sáber e Boaventura de Souza Santos. ONLINE No
início deste ano, a revista passou a integrar a Scielo (Scientific
Electronic Library Online), biblioteca eletrônica de periódicos
científicos brasileiros desenvolvida pela Fapesp em parceria
com o Bireme (Latin American and Caribbean Center on Health Sciences
Information) e apoio do CNPq. Já estão disponíveis
na Scielo (www.scielo.br)
as edições nºs 48 e 49. Mais: O exemplar da revista custa R$ 20,00 e a assinatura anual (três edições), R$ 50,00; para informações sobre todas as edições da revista, onde adquiri-la ou como assiná-la, veja o site www.usp.br/iea/revista.
Conferência Regional recebe Termina no dia 30 de abril o prazo para submissão de resumos de trabalhos de pesquisadores que queiram participar da “Conferência Regional sobre Mudanças Globais: América do Sul”, que acontecerá na USP de 10 a 13 de novembro de 2004. Os principais temas do encontro são: •
Variabilidade e Mudanças Climáticas: Passado e Presente A conferência é uma realização do IEA, Academia Brasileira de Ciências, Pró-Reitoria de Cultura e Extensão e Pró-Reitoria de Pesquisa da USP, Programa de Pós-Graduação em Ciências Ambientais (Procam) da USP, Instituto Internacional de Ecologia, Instituto Interamericano para Pesquisas em Mudanças Globais, Centro Clima e Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas. Mais: Os resumos devem ser enviados para Fausta Katuni (fausta@usp.br), telefones (11) 3091-3919 e 3091-4442.
Agenda de eventos •
31 de março, 17h •
27 de abril, 10h •
28 de abril, 17h Local: os eventos acontecem no Auditório Alberto Carvalho da Silva, na sede do IEA, Edifício da Antiga Reitoria, Av. Prof. Luciano Gualberto, Travessa J, 374, térreo, Cidade Universitária, São Paulo. Mais: informações podem ser obtidas por meio dos telefones (11) 3091-3919 e 3091-4442 e e-mail iea@usp.br.
Nota Cylon Gonçalves da Silva assume secretaria do MCT A convite do ministro Eduardo Campos, o físico Cylon Gonçalves da Silva assumiu a Secretaria de Programas Estratégicos do Ministério da Ciência e Tecnologia. Ele fora selecionado para ser um dos professores visitantes do IEA, onde desenvolveria o projeto "Os Desafios da Nanotecnologia", conforme divulgado na edição anterior de contato,. Em comunicação à Diretoria do Instituto, Silva lamenta não ter condições, no momento, de desempenhar a "honrosa posição de pesquisador visitante do IEA" e esclarece o motivo que o levou a aceitar o convite para trabalhar no ministério: "Senti-me na obrigação de aceitar o convite do ministro, para colaborar com seu esforço de retomada de tantos pontos da agenda de ciência e tecnologia do País".
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