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Aplicações
da lógica paraconsistente e nanotecnologia . Texto
de Bosi sobre Machado inaugura . Nota
de Esclarecimento . Agenda de eventos nota LEMBRETEBRETE
Aplicações
da lógica paraconsistente O lógico Jair Minoro Abe e o físico Cylon Golçalves da Silva agora são professores visitantes do IEA, onde desenvolverão projetos de pesquisa por um ou dois anos. O tema de Abe é “Lógicas Paraconsistentes Anotadas e Fundamentos das Redes Neurais Artificiais Paraconsistentes”. Silva terá como objeto de estudo "Os Desafios da Nanotecnologia". PARACONSISTÊNCIA
Jair Minoro Abe investigará a aplicação da chamada lógica paraconsistente anotada Et no tratamento de conceitos significativos como os de inconsistência (contradição), incerteza, nebulosidade (fuzziness) e paracompleteza (quando, além de contraditórias, duas proposições são falsas) em inteligência artificial e automação, sobretudo no reconhecimento de padrões. A lógica paraconsistente permite que se trabalhe com sistemas que apresentem proposições contraditórias (do tipo “Está chovendo” e “Não está chovendo”) sem considerá-las uma a negação da outra, ao contrário do que acontece na lógica clássica, de tradição aristotélica. Redes neurais artificiais são modelos matemáticos de neurônios conectados em rede e simulam o processamento de informação pelos neurônios biológicos. O objetivo é aprofundar a teoria das redes neurais paraconsistentes e aplicá-la no reconhecimento de padrões. Para analisar o desempenho e outras características das redes neurais, o projeto levará em consideração pesquisas teóricas e práticas. Um dos testes será feito com a análise da gagueira, em pesquisa com o Grupo de Distúrbios da Comunicação do Departamento de Fisiologia, Fonoaudiologia e Terapia Ocupacional da Faculdade de Medicina da USP. Abe acredita que esse tipo de abordagem no reconhecimento de padrões possibilitará aplicações inovadoras e eficientes em outros tópicos de interesse em inteligência artificial, automação e robótica. Doutor em filosofia (na área de lógica) pela FFLCH/USP, Abe é também mestre em matemática pura pelo IME/USP, onde graduou-se. Seu orientador no mestrado (sobre fundamentos da geometria anotada) e no doutorado (sobre fundamentos da lógica anotada) foi o lógico Newton da Costa, do Departamento de Filosofia da USP, um dos criadores da lógica paraconsistente. Além de ter publicado inúmeros artigos individuais e com outros pesquisadores, Abe ministrou cursos de graduação, pós-graduação e de extensão universitária em diversas instituições, entre elas USP (IME e Escola Politécnica), Unesp e Unip. NANOTECNOLOGIA Cylon Gonçalves da Silva tratará de três aspectos em sua pesquisa sobre nanotecnologia: 1) questões éticas e ambientais, 2) impacto econômico no Brasil e 3) educação e divulgação. "Esses objetivos estão intimamente integrados ente si, na medida em que propõem gerar um melhor entendimento da nanotecnologia pela sociedade brasileira".
Em relação às questões éticas e ambientais, a preocupação do pesquisador é antecipar o debate sobre medidas de precaução e regulatórias que eventualmente venham a se fazer necessárias: "É importante chamar atenção para as aplicações médicas e militares da nanotecnologia e a urgência de uma atividade regulatória em nível internacional que vise eliminar ou coibir aplicações militares tão ou mais perigosas quanto as atuais armas de destruição em massa". Quanto ao impacto econômico, Silva procurará identificar qual o modelo de programa de implantação mais adequado para estimular a comercialização da pesquisa nanotecnológica desenvolvida em São Paulo. "Trata-se de uma questão de óbvia importância para o próprio desenvolvimento científico do Estado, uma vez que apenas uma economia paulista forte terá condições de gerar os recursos que o setor público necessita para investir continuadamente em educação e fomento à pesquisa." Para isso, ele pretende fazer um levantamento sobre grupos de pesquisa atuantes na área, empresas dedicadas à nanotecnologia, setores industriais que poderiam se beneficiar com ela e, finalmente, identificar investidores institucionais e privados que se interessem pelas oportunidades que ela proporciona. No que se refere à educação e divulgação, Silva quer estudar a questão da formação universitária multi e interdisciplinar desde a graduação, além de elaborar um projeto de divulgação da nanotecnologia destinado a estudantes do ensino médio, com a utilização das novas tecnologias de informação, técnicas audiovisuais e interatividade. Professor emérito da Unicamp e ex-diretor do Laboratório de Luz Síncrotron, Cylon Gonçalves da Silva foi professor do Instituto de Física "Gleb Wataphin" (Unicamp) de 1974 a 1998 (titular a partir de 1982). De 1999 a 2002, foi professor adjunto na La Trobe University, Austrália. Também esteve como professor ou pesquisador visitante nos EUA (IBM T.J. Watson Research Center e University of California, em Berkeley) e na França (École Normale Supérieure e Université de Paris-Sud).
Texto
de Bosi sobre Machado inaugura “O Teatro Político nas Crônicas de Machado de Assis”, de Alfredo Bosi, titular de literatura brasileira da FFLCH/USP, é o primeiro caderno da "Série Literatura" da "Coleção Documentos". Publicado este mês, o texto de 38 páginas analisa uma das preferências de Machado em suas crônicas: contar histórias de políticos. Segundo Bosi, tudo indica que Machado "não acreditava nem esperava nada (ou quase nada) nem da política nem da história", sendo os políticos e suas histórias o verdadeiro objeto do cronista. Comenta que a crônica de Machado traz "reflexos de palavras e de atitudes de políticos do Brasil imperial. Junto ao reflexo trabalhava a reflexão peculiar ao escritor Machado de Assis, com o seu olhar e o tom de sua voz procurando ir mais longe e mais fundo do que o mero registro empírico". Entre as ideologias da época de Machado, não se vislumbra nenhuma que dê suporte ao desdém do escritor pelo ofício dos políticos, de acordo com Bosi. "A descrença em toda e qualquer doutrina que promova o progresso moral do gênero humano na rota da civilização (positivismo, evolucionismo, socialismo...) resulta na hipótese antiquíssima de que tudo afinal, se repete." Todavia, o crítico ressalta que, se "alcançamos descobrir no fundo do ceticismo um veio de inconformismo, assim como percebemos no fundo da crítica um renitente pessismo, estaremos chegando perto da contemplação do enigma que é o olhar machadiano". Quanto ao aspecto ideológico, Bosi lembra que, com exceção de seus primeiros escritos de jornalista parlamentar (as crônicas liberais dos anos 60), a trajetória de Machado não se caracterizou pela veemência direta de opositor indignado. "O tom de suas observações foi baixando e a ironia substituiu a franca acusação à medida que o cronista descria de toda política, nacional ou estrangeira, embora sempre o atraísse o cenário onde deputados e senadores desempenhavam os seus papéis."
Além de titular de literatura brasileira na FFLCH/USP, Bosi é membro da Academia Brasileira de Letras, vice-diretor do IEA e editor da revista "Estudos Avançados", publicação quadrimestral do Instituto. Machado já foi tema de um livro de Bosi, "Machado de Assis: o Enigma do Olhar", de 1999. É autor também de "História Concisa da Literatura Brasileira" (1970), "O Ser e o Tempo da Poesia" (1977), "Dialética da Colonização" (1992) e "Literatura e Resistência" (2002). Ganhou o prêmio de "Melhor Ensaio" da Associação Paulista de Críticos de Arte por "O Ser e o Tempo da Poesia", em 1977, e "Dialética da Colonização", em 1992. Este recebeu também o Prêmio Casa Grande e Senzala em 1993, conferido pela Fundação Joaquim Nabuco, e o Prêmio Jabuti como melhor obra de ciências humanas, da Câmara Brasileira do Livro. Em 1992 Bosi foi agraciado com a distinção "Homem de Idéias", concedida pelo "Jornal do Brasil". Mais: o catálogo completo da "Coleção Documentos" pode ser consultado na página www.usp.br/iea/documentos.
Nota
de esclarecimento Nas últimas semanas, a imprensa noticiou um conjunto de sugestões para a reforma do sistema universitário federal. Entre elas figuraram as propostas elaboradas por um grupo de cerca 20 docentes da USP vinculados ao autodenominado Fórum de Políticas Públicas, associação informal criada em dezembro de 2002. É dever da Reitoria da USP e da Direção do Instituto de Estudos Avançados esclarecer à opinião pública que as propostas apresentadas por esse grupo não representam a opinião da Universidade e do IEA como instituições. O esclarecimento se faz necessário diante da interpretação errônea feita por muitos, que associaram de forma indevida a manifestação de um grupo a um posicionamento da USP sobre o tema. Atendendo à solicitação feita pelos coordenadores do Fórum no primeiro semestre de 2003, o IEA passou a apoiá-lo do ponto de vista operacional (infra-estrutura para reuniões de trabalho e eventos públicos). Nada mais natural e democrático que uma unidade colabore com iniciativas dos docentes da Universidade. Todavia, esse apoio operacional não se traduz necessariamente em compartilhamento e muito menos em endosso institucional – por parte desta Reitoria, do Conselho Deliberativo do IEA ou de sua Diretoria – das análises e propostas dos integrantes do Fórum. Mais do que salutar, é esperado que as diversas correntes de pensamento da USP manifestem suas opiniões sobre os mais diferentes aspectos da vida brasileira, para que a Universidade continue a cumprir seu papel crítico e de formulação de alternativas para o desenvolvimento do País em todos os aspectos. É crucial, porém, que a sociedade possa identificar as manifestações de um grupo sem interpretá-las como uma posição da USP, pois essa interpretação seria descabida, dada a própria natureza da qualquer instituição universitária: a pluralidade de pensamento. São Paulo, 10 de fevereiro de 2004. Reitoria
da Universidade de São Paulo
Agenda de eventos • 31 de
março, 17h •
27 de abril, 10h •
28 de abril, 17h Local: os eventos acontecem no Auditório Alberto Carvalho da Silva, na sede do IEA, Av. Prof. Luciano Gualberto, Travessa J, 374, térreo, Cidade Universitária, São Paulo. Mais: informações sobre eventos do Instituto podem ser obtidas por meio dos telefones (11) 3091-3919 e 3091-4442 e e-mail iea@usp.br.
Nota A influência das idéias francesas A Edusp acaba de lançar o livro "Do Positivismo à Descontrução – Idéias Francesas na América", com artigos de Olgária Matos, Maria Isaura Pereira de Queiroz, Heliana Angotti Salgueiro, Regina Salgado Campos, Alfredo Bosi, Carlos Guilherme Mota, Irlemar Chiampi, Leyla Perrone-Moisés e Denis Rollando. O livro reúne as conferências apresentadas em curso extracurricular realizado em agosto e setembro de 2001 pelo Núcleo de Pesquisa Brasil-França (Nupebraf), sediado no IEA. O curso teve por objetivo examinar algumas teorias nascidas na França e acolhidas na América, com adaptações e conseqüências relevantes para as culturas americanas, especialmente a brasileira. A organização do volume é de Leyla Perrone-Moisés, ensaísta e crítica literária, professora emérita da FFLCH/USP e coordenadora do Nupebraf. O livro tem 304 páginas e custa R$ 36,00.
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