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. IEA terá temas semestrais e avaliação prospectiva . Curso
marca lançamento de livro de Marcovitch . Opinião:
"Os Cientistas e os Transgênicos", . Agenda de eventos nota LEMBRETEBRETE
IEA terá temas semestrais e avaliação prospectiva O Conselho Deliberativo do IEA aprovou em reunião no final de outubro duas propostas apresentadas pelo novo diretor do Instituto, João Steiner. Uma é a "Temática Semestral", coordenada por especialistas reconhecidos como líderes na reflexão sobre os temas a serem escolhidos; a outra iniciativa é a constituição de uma comissão externa para avaliar de forma prospectiva todos os aspectos do Instituto. TEMÁTICA SEMESTRAL Com a implantação da "Temática semestral", o segundo semestre de 2004 já terá uma série de atividades e publicações relacionadas com um tópico atual e palpitante da ciência, cultura, políticas públicas ou dos desafios estratégicos para a sociedade brasileira. A programação temática acontecerá sem prejuízo para as atividades consolidadas no IEA – "Conferências do Mês", palestras, seminários e demais iniciativas das equipes de pesquisas. Definido o primeiro tema, o pesquisador selecionado para ingressar no início de 2004 terá o primeiro semestre para planejar as atividades, que ocorrerão no segundo semestre. Enquanto transcorrerem os trabalhos temáticos do primeiro pesquisador, no segundo semestre, outro pesquisador ingressará e planejará o próximo semestre temático, e assim sucessivamente. Dessa forma, sempre haverá dois pesquisadores residentes envolvidos com essa modalidade de trabalho. O pesquisador selecionado – integrante ou não da USP – deverá ser uma liderança na sua área de pesquisa. Poderá ser escolhido inclusive por uma reunião de líderes no tema em questão. Cada pesquisador contará com a colaboração de dois bolsistas de pós-doutoramento. Os temas serão escolhidos a partir de propostas apresentadas ao IEA ou serão especificados pelo próprio Instituto. Outra possibilidade é a seleção de temas por meio de chamada de pré-projetos. O tema semestral será explorado com uma programação que inclua conferências, reuniões, workshops, simpósios, cursos, produção de papers, dossiês para a revista “Estudos Avançados” e produção espontânea ou induzida de livros. AVALIAÇÃO PROSPECTIVA A comissão que fará uma avaliação prospectiva, com o objetivo de estabelecer um balizamento estratégico para o Instituto, será instituída no primeiro semestre de 2004. Será integrada por sete pessoas sem vínculo com o IEA: dois docentes da USP (um das ciências exatas e naturais e outro das humanidades), dois pesquisadores externos à USP; um pesquisador do Exterior; e dois representantes da sociedade extra-acadêmica. Os aspectos do Instituto merecedores de avaliação por parte da comissão são: missão, objetivos permanentes, visão de futuro e objetivos estratégicos (a missão está claramente definida e as atividades são condizentes com a missão?); estrutura acadêmica e administrativa, infra-estrutura, inserção na USP, adequação orçamentária; identificação das características fortes e fracas, dos desafios e ameaças; eventos ("Conferências do Mês", reuniões, seminários e demais atividades das áreas, grupos, cátedras, professores visitantes, professores honorários e colaboradores); divulgação, publicações, revista "Estudos Avançados", "Informativo IEA" e mídia eletrônica (site e boletim por e-mail); outros aspectos que possam afetar o desempenho futuro da instituição. CONSULTA PÚBLICA Os mecanismos de implantação da "Temática Semestral" e da comissão começarão a ser detalhados na próxima reunião do Conselho Deliberativo do IEA, no final de novembro. Junto com a implantação dessas iniciativas, o IEA está inaugurando uma nova fase no relacionamento com o público (acadêmico ou não). Trata-se da consulta pública permanente. Nas próximas semanas, será implantando no site do Instituto um formulário para recebimento de comentários, sugestões e críticas sobre as propostas da "Temática Semestral" e da comissão de avaliação prospectiva.
Curso
marca lançamento de livro de Marcovitch
Com o objetivo de apresentar a trajetória de pioneiros que deram contribuição marcante ao desenvolvimento brasileiro, a Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade (FEA) da USP realiza nos dias 20 e 21 de novembro o curso de extensão universitária "Pioneirismo Empresarial no Brasil e a Construção do Século XXI", coordenado por Jacques Marcovitch, professor titular da FEA e autor do livro "Pioneiros e Empreendedores: a saga do desenvolvimento no Brasil" (Edusp), que será lançado na ocasião. Roberto Simonsen, Jorge Street, Francisco Matarazzo, Nami Jafet, Júlio Mesquista, Leon Feffer e os Prado são algumas das personalidades analisadas no livro e que terão sua trajetória comentada no curso, destinado a professores de faculdades de administração, economia, contabilidade, engenharia de produção e áreas afins, bem como aos educadores que atuam no campo da gestão. Segundo Marcovitch, que já foi reitor da USP, secretário do Planejamento do Estado de São Paulo e diretor da FEA e do IEA, será discutida a importância do estudo da trajetória dos pioneiros na formação de estudantes desses cursos superiores. Também será estimulada a reflexão sobre as práticas utilizadas para o ensino do empreendedorismo no Brasil e outras formas de consolidar na sociedade uma cultura empreendedora. O curso será ministrado na Sala da Congregação da FEA, na Av. Prof. Luciano Gualberto, 908, Cidade Universitária, São Paulo, SP. As inscrições poderão ser feitas até 14 de novembro e a taxa é de R$ 75,00. Os participantes com presença em todas as sessões receberão certificado. Ao confirmar sua inscrição, os participantes receberão as indicações da bibliografia recomendada como leitura prévia, para melhor aproveitamento do curso. Mais: informações sobre o projeto "Pioneiros" e sobre o curso e o livro dele resultantes estão no site www.usp.br/pioneiros; no site, há a programação completa do curso e as formas de inscrição e pagamento da taxa de R$ 75,00; informações também podem ser obtidas por meio do e-mail pioneiros@usp.br e telefones (11) 3091-4246 e 3091-4410.
OPINIÃO Os Cientistas e os Transgênicos Hernan Chaimovich* As informações mais difundidas sobre plantas transgênicas provêm de dois campos opostos. Um é constituído pelas empresas que desenvolvem e vendem sementes e que apregoam que estas devem ser amplamente utilizadas, por possuírem o potencial de ampliar a produtividade agrícola e a oferta de alimentos no mundo. Para um outro conjunto de agentes interessados, com motivações técnicas, doutrinárias ou emocionais, essas plantas constituem um perigo real ou potencial para a humanidade e para o equilíbrio dos ecossistemas. Se para o cidadão informado essa contradição é perturbadora, o que dizer da grande maioria da população?
A posição dos cientistas requer análise prévia do conceito de representação. Na sociedade, respeitada a liberdade de expressão individual, a representatividade é identificável. Diante da polêmica em torno dos organismos geneticamente modificados, OGM, em especial das plantas transgênicas, parcelas mais bem informadas da sociedade brasileira estão perplexas quanto à diversidade de opiniões individuais de cientistas sobre o assunto. Assim, parece não existir nenhum consenso, dentro da comunidade científica, sobre segurança alimentar ou riscos ecológicos do uso de plantas transgênicas. Contudo, nas instituições representativas das comunidades nacional e internacional dos cientistas, os consensos são evidentes e, em geral, pouco divulgados na mídia. Poucos duvidam que as academias nacionais de ciências são entidades representativas da comunidade dos cientistas. Em geral, elas são independentes de interesses e governos e têm se demonstrado essenciais para o desenvolvimento da capacidade nacional em ciência e tecnologia. Em 2000, a Royal Society, de Londres, e as academias de ciência do Brasil, China, EUA, Índia, México e a Academia de Ciências do Terceiro Mundo (TWAS) prepararam um "Relatório sobre Plantas Transgênicas na Agricultura". Nesse documento pondera-se que muitas decisões na área da biotecnologia afetarão o futuro da humanidade e os recursos naturais do planeta. Logo elas devem ser baseadas na melhor informação científica, para permitirem escolhas apropriadas de alternativas políticas. As pesquisas demonstram que alimentos produzidos por meio de tecnologia OGM podem ser mais nutritivos, estáveis quando armazenados e, em princípio, capazes de promover a saúde. Por isso, novos esforços do setor público são necessários para introduzir cultivo de transgênicos que beneficiem lavradores pobres em nações em desenvolvimento e que assegurem o seu acesso aos alimentos através da produção intensiva de produtos. Além disso, esforços de cooperação entre os setores público e privado são necessários para desenvolver sementes transgênicas que beneficiem os consumidores, especialmente nos países em desenvolvimento. Esforços conjuntos devem ser promovidos, também, para investigar os efeitos potenciais das tecnologias OGM em suas aplicações específicas sobre o meio ambiente, sejam estes positivos ou negativos. Essas pesquisas devem ser determinadas tomando por parâmetro os efeitos das tecnologias convencionais na agricultura. Além disso, os sistemas de saúde pública de todos os países devem estar qualificados para identificar e monitorar quaisquer efeitos potencialmente adversos que possam surgir de plantas transgênicas na saúde humana. Empresas e institutos de pesquisa devem tomar medidas para compartilhar a tecnologia OGM com cientistas responsáveis por sua utilização, para aliviar a fome e melhorar a segurança dos alimentos em países em desenvolvimento. Além do mais, exceções deverão ser feitas aos pequenos produtores familiares, para protegê-los de restrições indevidas em suas plantações. O Conselho Internacional pela Ciência (ICSU) congrega, desde 1931, as mais importantes entidades da ciência internacional, envolvendo mais de cem países, 30 uniões internacionais de ciência e 20 associações científicas. Recentemente, o ICSU fez um estudo baseado em toda a literatura científica produzida entre 2000 e 2003 sobre plantas OGM, segurança alimentar e efeitos ecológicos (disponível em www.icsu.org). Em relação aos alimentos com produtos OGM, as perguntas fundamentais que esse estudo apresenta são: quem necessita deles; se podem ser consumidos com segurança; se haverá impactos ambientais; se as medidas regulatórias são adequadas; como afetam o comércio internacional. Cada tema é analisado mostrando os limites do consenso científico, as divergências científicas (quando as há) e os pontos que requerem mais pesquisa. Nesse estudo, chegam-se a conclusões similares ao publicado em 2000 pelas academias. É imprescindível que o debate sobre essa questão no Brasil também seja conduzido a partir desses princípios, sempre tendo como base os conhecimentos obtidos pela ciência. É por isso que a USP, detentora de inegável credibilidade nacional e internacional, tomou a iniciativa de promover o Seminário Internacional sobre Transgênicos no Brasil, em parceria com a Academia de Ciências e a International Union of Food Science and Technology, que começou ontem e se encerrará amanhã [27 a 29 de outubro de 2003]. (*) Hernan Chaimovich, 64, diretor do Instituto de Química da USP, é membro das diretorias da Academia Brasileira de Ciências e do ICSU (Instituto Internacional pela Ciência). Integra o Conselho Deliberativo do Instituto de Estudos Avançados da USP, onde coordena a Área de Política Científica e Tecnológica. Artigo originalmente publicado na seção "Tendências/Debates" do jornal "Folha de S.Paulo", na edição de 28 de outubro de 2003, pág. 3 (transcrito com autorização do autor e da Agência Folha).
Agenda de eventos •
10 a 12 novembro •
19 de novembro, 10h Mais: informaes sobre eventos do IEA podem ser obtidas por meio dos telefones (11) 3091-3919 e 3091-4442 e e-mail iea@edu.usp.br.
Nota
SciELO
aprova inclusão da revista "Estudos Avançados"
UNIVERSIDADE
DE SO PAULO INSTITUTO DE
ESTUDOS AVANADOS contato, |