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Boletim do IEA-USP — nº 148 — 1ª quinzena de julho |
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COMUNICAÇÃO AGENDA |
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BIOLOGIA EVOLUTIVA |
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O biólogo evolucionista Robert Trivers (Universidade Rutgers, EUA), considerado um dos mais influentes teóricos do evolucionismo em atividade, faz a conferência "A Importância do Imprinting Genômico para a Compreensão da Psicologia Humana e dos Transtornos Pediátricos" no dia 4 de agosto, às 15h, no Instituto de Biociências da USP. A conferência é uma realização do IEA e do Instituto de Psicologia da USP. (O evento será em inglês, sem tradução, e terá transmissão ao vivo pela IPTV-USP.) Nos mais de quarenta anos que já dedicou à pesquisa científica, Trivers tem trabalhado sobretudo em duas áreas: teoria social baseada na seleção natural — que inclui sua teoria do auto-engano como estratégia adaptativa — e biologia de elementos genéticos egoístas — que explica determinados conflitos genéticos internos, questão relacionada com o tema de sua conferência no dia 4 de agosto. Em conferência de 2004 organizada pelo site Edge, Trivers comentou que desde o início dos anos 90 tem tentado entender as situações na natureza nas quais os genes em um indivíduo estão em desacordo, "ou, dito de outra maneira, situações nas quais os genes num indivíduo são selecionados em direções conflitantes". Nos seus trabalhos iniciais, publicados nos anos 70, no final de seu doutorado e anos seguintes, Trivers elaborou teorias sobre altruísmo recíproco, investimento dos genitores nos cuidados com a prole, seleção sexual, conflito genitores-prole, razão entre o número de machos e de fêmeas, engano e autoengano. Esses trabalhos foram citados mais de 7 mil vezes na literatura científica. Triver ingressou na Universidade Harvard no início dos anos 60 para estudar matemática, mas resolveu estudar história como preparação para se tornar advogado. Graduou-se em história em 1965, mas não pode cursar a Escola de Direito da Universidade Yale por causa de um colapso nervoso, que o levou inclusive a frequentar aulas de psicologia. Em 1968, começou o seu doutorado em Harvard com Ernst Mayr (1904-2005), considerado o "Darwin do século 20". Obteve seu Ph.D. em 1972, trabalhou em Harvard de 1973 a 1978, depois na Universidade da Califórnia em Santa Cruz (1978 a 1994) e em seguida ingressou na Universidade Rutgers, onde atua até o momento. No ano acadêmico 2008-2009, foi pesquisador visitante do Instituto de Estudos Avançados de Berlim, Alemanha. Em 2007, recebeu o Crafoord Prize em Biociências pela "sua análise fundamental da evolução social, conflito e cooperação". No início da década, foi relacionado em edição especial da revista "Time" entre os 100 maiores pensadores e cientistas do século 20. É autor de "Social Evolution, Natural Selection and Social Theory: Selected Papers of Robert Trivers". LOCAL INFORMAÇÕES
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COMUNICAÇÃO |
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De 5 a 11 de julho, 14 estudantes de jornalismo de sete faculdades de São Paulo tiveram a oportunidade de realizar uma viagem de estudos à Amazônia e produzir reportagens na região. O grupo foi selecionado entre os 25 estudantes que assistiram em maio ao curso "Descobrir a Amazônia, Descobrir-se Repórter", realização do IEA, TV USP, Oboré Projetos Especiais em Comunicações e Artes, Centro de Comunicação Social do Exército (CECOMCEx) e Centro de Comunicação Social da Aeronáutica (CECOMSAer). O curso teve conferências de imprensa sobre a atuação do Exército na Amazônia, os impactos da agricultura e pecuária na região, perspectivas para o etanol no Brasil, a questão agrária, ocupação pré-histórica da região e sobre o projeto do IEA "Amazônia em Transformação: História e Perspectivas". As exposições foram feitas pelo general Eduardo Dias da Costa Villas Boas, do Estado Maior do Exercito, pelos professores da USP Guilherme Dias, Marcos Silveira Buckeridge, Ariovaldo Umbelino de Oliveira, Eduardo Goes Neves e por Maritta Koch-Weser, coordenadora do projeto sobre a Amazônia do IEA. Durante o curso, os estudantes assistiram às conferência de imprensa e atuaram como entrevistados dos expositores. Também produziram matérias sobre cada conferência e as publicaram em veículos impressos e digitais. Os estudantes que viajaram à Amazônia foram selecionados a partir da pertinência e exequibilidade das propostas de pauta que apresentaram para a viagem. Parte do material produzido está no blog http://reporterdofuturo.wordpress.com. Abaixo, está um artigo escrito por uma das estudantes especialmente para esta edição de "contato." No dia 14 de agosto, às 9h, no Auditório Alberto Carvalho da Silva, sede do IEA, haverá um encontro de avaliação do curso e da viagem deste ano. Participarão os estudantes, conferencistas, coordenadores e representantes das instituições organizadoras e apoiadoras. Também estão convidados os conferencistas da edição de 2009 do curso e os estudantes que integraram as turmas de 2007, 2008 e 2009.
Experimentando a Amazônia Marcela Gonsalves* Quem vai à a Amazônia geralmente viaja com a expectativa de conhecer tudo o que torna a região uma das mais atraentes do mundo: a imensa floresta equatorial, os grandes rios, a fauna abundante ou até mesmo comunidades indígenas. Algumas peculiaridades gastronômicas, porém, são uma atração à parte e tornam a viagem ainda mais interessante. Na Amazônia, é possível ver de perto plantas que dão origem a alguns produtos que, nos grandes centros urbanos, já chegam processados e prontos para o consumo. É o caso do açaí, fruto de um tipo de palmeira. Enquanto no resto do país serve-se "açaí na tigela", mistura de sua polpa com outros ingredientes como o pó de guaraná, no Norte é possível prová-lo em forma de suco, mousse e sorvete. O mesmo ocorre com o cupuaçu, fruta que hoje estampa diversas embalagens de cosméticos, mas não deixa de ser um típico ingrediente da culinária local. Além de explorar nomes conhecidos, também se aprendem alguns novos. O tucumã, por exemplo, é um fruto de polpa alaranjada e fibrosa, rico em vitaminas e muito consumido pela população local. É ele o principal ingrediente do x-caboclinho, sanduíche facilmente encontrado nos mercados e lanchonetes de Manaus. Para fugir radicalmente do convencional, também há opções, como o tacacá. Servido na cuia, tem o aspecto de uma sopa e é servido quente, apesar do calor na região. A iguaria é resultado da mistura de tucupi (molho extraído da mandioca), goma de mandioca, camarão seco e jambu, erva que adormece as mucosas da boca. Ainda mais exótico é o tapuru, que tem gosto de coco, cor de coco, mas na verdade é a larva (do tamanho de uma unha) do vaga-lume, que se desenvolve no coco de babaçu. Só deve ser consumido se estiver vivo. Transformar o tapuru em refeição não é só um teste de coragem: é uma ótima fonte de proteínas, usada por muito soldados em treinamentos de sobrevivência na selva. Há muitas plantas que também são usadas para fins medicinais. Mesmo os moradores de Manaus, que já não vivem tão próximos à floresta, usam o conhecimento acumulado durante anos séculos como alternativa para tratar problemas de saúde. No mercado da cidade, vendem-se remédios feitos com plantas da região. O pajé de uma comunidade desana, que vive às margens do Rio Negro a alguns quilômetros da capital, mantém uma farmácia, na qual vende seus produtos naturais. No Centro de Instrução de Guerra na Selva, instalação do Exército para treinar militares, o soldado que apresenta algumas plantas nativas explica: "Cipó-cravo é diurético, preciosa é bom para os rins e, para quem se interessar, o chá de xexuá, além de auxiliar no tratamento de anemia, é tido como afrodisíaco". Ainda que prazeroso, explorar esse discreto lado da cultura do Norte do país não se resume ao encanto de descobrir novos ingredientes. Boa parte deles apresenta um considerável valor nutritivo ou possui propriedades medicinais, reforçando a ideia de que a biodiversidade da Amazônia tem um enorme potencial a ser explorado. Marcela Gonsalves, 18, é estudante do 4º semestre do Curso de Jornalismo da Escola de Comunicações e Artes (ECA) da USP.
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AGENDA |
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IMPORTANTE AGOSTO • Dia 4, 15h • Dia 11, 13h30 SETEMBRO • Dia 22, 14h30 OUTUBRO • Dias 25 a 27
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EXPEDIENTE |
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UNIVERSIDADE DE SÃO
PAULO Polo de Ribeirão
Preto Polo de São
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