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Boletim do IEA-USP — nº 139 — 2ª quinzena de outubro de 2009
Todas as edições: www.iea.usp.br/boletim — Cadastro: boletim-iea@usp.br

   
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     AMBIENTE
A importância dos polinizadores para
   os ecossistemas e a agricultura

     INTEGRAÇÃO
IEA cria Polo em Ribeirão Preto

     AGENDA
• Eventos públicos
   
    

NOTAS
• Candidatos à Reitoria falam sobre relações da USP com a sociedade
• Luiz Roberto Giorgetti de Britto é o novo vice-diretor do Instituto

LEMBRETE
No dia 6 de novembro, às 14h, acontece o último seminário do ciclo
O Sentido Formativo das Ciências

   
     
AMBIENTE
A importancia dos polinizadores
para os ecossistemas e a agricultura

   

O Grupo de Pesquisa de Serviços dos Ecossistemas do IEA realiza no dia 29 de outubro, quinta-feira, das 9h30 às 12h, o seminário "Polinizadores e Serviços Ambientais". O encontro tratará dos programas de polinizadores existentes no mundo, do apoio governamental a essas ações e dos avanços da área no Brasil. Além disso, será apresentado o projeto "Avaliação do Uso Sustentável e Conservação dos Serviços Ambientais Realizados pelos Polinizadores no Brasil", uma nova iniciativa que está sendo desenvolvido pelo grupo numa parceria IEA-CNPq. (Leia abaixo artigo de Vera Lucia Imperatriz Fonseca, coordenadora do grupo de pesquisa, sobre a importância dos polinizadores para a agricultura.)

Os interessados em assistir ao seminário devem se inscrever em formulário na página www.iea.usp.br/inscricao/form1.html. O encontro acontece no Auditório Alberto Carvalho da Silva, sede do IEA, Av. Prof. Luciano Gualberto, Travessa J, 374, térreo, Edifício da Antiga Reitoria, Cidade Universitária, São Paulo (veja a localização em www.iea.usp.br/mapa.html). Quem não puder comparecer poderá acompanhar o seminário pela web em www.iea.usp.br/aovivo. Mais informações podem ser obtidas com Cláudia Regina Tavares (clauregi@usp.br), tel. (11) 3091-1686.

PROGRAMA
9h30 Abertura
9h45 A Iniciativa Internacional para a Conservação e Uso Sustentado de Polinizadores (IPI) e seus Desdobramentos Globais
Vera Lucia Imperatriz Fonseca, coordenadora do Grupo de Pesquisa de Serviços dos Ecossistemas do IEA
10h30 O Projeto Brasileiro FAO/MMA/GEF
Marina Landeiro, do Ministério do Meio Ambiente
10h50 A Rede Brasileira de Coleções de Polinizadores
Dora Ann Lange Canhos, do Centro de Referência de Informações Ambientais (Cria)
11h10 A Rede Latino-Americana de Polinizadores
Antônio Mauro Saraiva e Etienne Cartolano Jr., do Laboratório de Automação Agrícola da Escola Politécnica da USP
11h30 Apresentação do projeto IEA-CNPq "Avaliação do Uso Sustentável e
Conservação dos Serviços Ambientais Realizados pelos Polinizadores no Brasil"

 

Polinizadores e agricultura

VERA LUCIA IMPERATRIZ FONSECA*

Na agenda da Convenção da Diversidade Biológica e da economia agrícola os polinizadores já ocupam um lugar de destaque. As informações existentes na literatura mundial sobre polinizadores indicam que o declínio das espécies é real onde foi medido, que sofrem com as alterações climáticas em curso, que não há disponibilidade de polinizadores nativos para a agricultura, se consideramos o quadro atual de desenvolvimento da pesquisa, e que os polinizadores aumentam a produção agrícola de plantas importantes para o consumo humano, entre outros aspectos. Para o agronegócio brasileiro eles têm uma grande relevância, uma vez que promovem maior rendimento das áreas agriculturáveis e maior qualidade de frutos.

Em estudo publicado em janeiro, Nicola Gallai, Jean-Michel Salles, Josef Settele e Bernard E. Vaissière demonstraram a importância econômica das abelhas como polinizadoras de plantas que servem como alimento para o homem, bem como a vulnerabilidade da produção de alimento ao declínio de polinizadores no mundo.[1] O valor econômico anual total da polinização calculado é de cerca de € 153 bilhões, que representam 9,5% do valor da produção agrícola mundial para a alimentação humana em 2005. Os vegetais e frutas lideram as categorias de alimento que necessitam de insetos para polinização (€ 50 bilhões para cada um deles). Seguem as culturas oleaginosas, estimulantes, amêndoas e especiarias.

Os pesquisadores citados estimam também que em média o valor das culturas que não dependem da polinização por insetos é de € 151 bilhões por ano, enquanto que o das dependentes da polinização é de € 761 bilhões. Eles também calcularam um valor para a vulnerabilidade ocasionada pela perda de polinizadores para cada categoria de cultura nas escalas regionais e globais e, além disso, determinaram que há uma correlação positiva entre a taxa de vulnerabilidade para o declínio de polinizadores para cada categoria de cultivo e seu valor por unidade de produção. Estimaram que o declínio de polinizadores possa ter como consequência a redução da produção de frutas, vegetais e estimulantes (como café, por exemplo) para números abaixo do necessário para o consumo atual, se pensarmos numa escala global. Segundo eles, para que essa situação possa ser considerada um cenário, é necessário que sejam introduzidas as respostas estratégicas dos mercados.

Em outro estudo recente, Marcelo A. Aizen, Lucas A. Garibaldi, Saul A. Cunningham e Alexandra M. Klein[2] focalizaram o problema a partir de bases de dados da Organização para a Agricultura e a Alimentação (FAO) e consideraram os países desenvolvidos e os subdesenvolvidos, verificando a produção agrícola das plantas dependentes e das independentes de polinização, para verificar se havia uma tendência crescente de declínio de polinizadores.

Durante os últimos 45 anos houve um aumento líquido da área cultivada e um maior aumento de cultivos de plantas dependentes de polinizadores. Se essa tendência continuar, haverá uma enorme demanda de polinizadores no futuro, em escala global, segundo Marcelo A. Aizen e Lawrence D. Harder.[3] Além disso, é preciso considerar que o aumento da agricultura se dá em áreas antes ocupadas por vegetação nativa ou em pastos, que também perderam polinizadores nativos.[4]

Atualmente, mais de 2/3 das áreas cultivadas do mundo estão em países subdesenvolvidos, que por sua vez têm uma agricultura 50% mais dependente de polinizadores do que as dos países desenvolvidos.[5] A destruição ambiental e o manejo da paisagem não amigável aos polinizadores têm como consequência uma produção menor, que será compensada através de plantios em áreas maiores, impactando ainda mais a conservação dos polinizadores e das áreas naturais. Esse limite entre agricultura e conservação é o maior desafio dos tempos modernos, porque os assuntos estão interligados e poucos compreendem isso.

* Professora titular (aposentada) de ecologia do Instituto de Biociências da USP, pesquisadora visitante do IEA, onde coordena o Grupo de Pesquisa de Serviços de Ecossistemas. É especialista em abelhas sem ferrão, comportamento animal e conservação biológica.

[1] GALLAI, N.; SALLES, J. M.; SETTELE, J. & VAISSIÈRE, B. Economic variation of the vulnerability of world agriculture confronted with pollinator decline. Ecological Economics, v. 68, n. 3, p. 810-821, 2009.
[2] AIZEN, M. A.; GARIBALDI, L. A.; CUNNINGHAM, S. A. & KLEIN, A. M. How much does agriculture depend on pollinators? Lessons from long term trends in crop production. Annals of Botany, v. 103, p. 1.579-1.588, 2009.
[3] AIZEN, M. A. & HARDER, L.D. The global stock of domesticated honey bees is growing slower than agricultural demand for pollination. Current Biology v. 19, p. 915-918, 2009.
[4] MORTON, D. C.; DeFRIES, R . S.; SHIMABUKURO, Y. E.; ANDERSON, L. O.; ESPÍRITO-SANTO, F. B.; FREITAS, R. et al. Cropland expansion changes deforestation dynamics in the southern Brazilian Amazon. Proceedings of the National Academy of Sciences, Washington, v. 103, n. 39, p. 14.637-14.641, 2006.
[5] AIZEN M. A.; GARIBALDI L. A.; CUNNINGHAM S. A.; KLEIN A. M. Long-term global trends in crop yield and production reveal no current pollination shortage but increasing pollinator dependency. Current Biology v.18, n. 20, p.1.572-1.575, 2008. GARIBALDI, L.A.; AIZEN, M.A.;CUNNINGHAM, S.A.& KLEIN, A.M. Pollinator shortage and global crop yield. Communicative and Integrative Biology, v.2, n.1, p.37-39, 2009.

        

     
INTEGRAÇÃO
IEA cria Polo em Ribeirão Preto

    


Oswaldo Baffa Filho é professor titular do Departamento de Física e Matemática da FFCLRP, concluiu o doutorado em física aplicada no IFQSC em 1984 e cumpriu programa de pós-doutorado na Universidade de Wisconsin, EUA, onde é professor visitante do Departamento de Física Médica. Atua na área de física, com ênfase em física médica, ressonância magnética, dosimetria das radiações, biomagnetismo e biomateriais.
O campus da USP em Ribeirão Preto agora conta com um Polo do Instituto de Estudos Avançados (IEA). A criação do Polo foi aprovada pelo Conselho Deliberativo do Instituto em reunião no dia 23 de setembro, atendendo a uma solicitação dos diretores das unidades do campus.

O coordenador do Polo é o professor Oswaldo Baffa Filho, da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto (FFCLRP), nomeado para o cargo pela reitora Suely Vilela no dia 29 de setembro, a partir de lista tríplice elaborada pelo Conselho Deliberativo.

O Polo será inaugurado em cerimônia no dia 4 de novembro e atuará de forma similar à sede do IEA em São Paulo, com grupos de pesquisas interdisciplinares, pesquisadores visitantes, atividades públicas (conferências, seminários, workshops e outros tipos de eventos) e trabalhos sobre políticas públicas. De acordo com Baffa Filho, os eixos temáticos iniciais do Polo serão saúde, agronegócio e fontes de energia renovável.

No novo Regimento do IEA, aprovado em maio, foram formalizados os procedimentos para a criação de polos e a escolha de seus coordenadores. Isso possibilitou a implantação do Polo de Ribeirão Preto, antiga aspiração daquele campus, e a institucionalização do IEA São Carlos, primeira ramificação do Instituto no Interior, que agora passa a ser o Polo de São Carlos. Com isso, articula-se uma rede inicial do IEA, que possibilitará maior atuação do Instituto na integração de pesquisadores e grupos de pesquisa da Universidade.

           

   
AGENDA
Eventos públicos

    

OUTUBRO

• Dia 29, 9h30
POLINIZADORES E SERVIÇOS AMBIENTAIS
Expositores:
Vera Lucia Imperatriz Fonseca (IEA e IB),
Marina Landeiro (MMA), Dora Ann Lange Canhos (Cria),
Antônio Mauro Saraiva (EP) e Etienne Cartolano Jr. (EP)

Local: Auditório Alberto Carvalho da Silva, sede do IEA (mapa)
Via web:
transmissão em www.iea.usp.br/aovivo
Inscrições: www.iea.usp.br/inscricao/form1.html
Informações:
com Cláudia Regina Tavares (clauregi@usp.br), tel. (11) 3091-1686

NOVEMBRO

• Dia 3, 14h
A PROPÓSITO DOS CAMINHOS PERDIDOS DO SUJEITO HISTÓRICO E SUA RELAÇÃO
COM A CRISE SOCIOAMBIENTAL: A EXCLUSÃO DA NATUREZA, DOS OUTROS, DO SELF
Conferencista:
Hector Omar Ardans-Bonifacino (Universidade Federal de Santa Maria)
Coordenadora: Eda Tassara (IEA e IP)
Local: Auditório Carolina Martuscelli Bori, Instituto de Psicologia, Av. Mello Moraes, 1.721,
Bloco G, Cidade Universitária, São Paulo
Inscrições: www.iea.usp.br/inscricao/form3.html
Informações:
com Cláudia Regina Tavares (clauregi@usp.br), tel. (11) 3091-1686

• Dia 6, 14h
O SENTIDO FORMATIVO DA MATEMÁTICA E DA GEOGRAFIA
Expositores:
Cristiane Gotschalk (FE) e Antonio Carlos Robert de Moraes (FFLCH)
Coordenadora:
Maria Clara Di Pierro (FE)
Local: Auditório Alberto Carvalho da Silva, sede do IEA (mapa)
Via web:
transmissão em www.iea.usp.br/aovivo
Inscrições: www.iea.usp.br/inscricao/form2.html
Informações:
com Sandra Sedini (sedini@usp.br), tel. (11) 3091-1678

• Dia 18, 18h30
SITUATION DE LA CULTURE ET DE LA LITTÉRATURE FRANÇAISES AUJOURD'HUI
Conferencista:
Pierre Rivas (Universidade de Paris X)
Coordenadora: Sandra Nitrini (diretora da FFLCH e integrante do Nupebraf)

Local: Centro Universitário Maria Antonia, Rua Maria Antonia, 294, São Paulo
Informações: com Sandra Codo (sancodo@usp.br), tel. (11) 3091-3923

           

    
NOTAS

  

Candidatos à Reitoria falam sobre as relações da USP com a sociedade

O IEA também contribuiu para a comunidade uspiana conhecer as idéias e propostas dos candidatos à Reitoria. O tema do encontro no Instituto no dia 8 de outubro foi "A USP e a Sociedade" e contou com a participação dos oito candidatos (confirmados no primeiro turno da eleição, no dia 20 de outubro): Armando Corbani Ferraz (pró-reitor de Pós-Graduação), Francisco Miraglia Neto (professor do Instituto de Matemática e Estatística), Glaucius Oliva (diretor do Instituto de Física de São Carlos), João Grandino Rodas (diretor da Faculdade de Direito), Ruy Alberto Corrêa Altafim (pró-reitor de Cultura e Extensão Universitária), Sonia Penin (diretora da Faculdade de Educação), Sylvio Barros Sawaya (diretor da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo) e Wanderley Messias da Costa (coordenador de Comunicação Social). Eles apresentaram suas opiniões sobre quatro temas: 1) o papel da extensão para que a USP tenha impacto positivo na solução de problemas sociais e no aproveitamento das oportunidades que o mundo hoje apresenta; 2) a relação da USP com movimentos e grupos sociais; 3) a relação da USP com o setor produtivo; 4) o financiamento da USP por fontes extraorçamentárias e desvinculadas das agências de fomento. A coordenação do encontro foi de Renato Janine Ribeiro (Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas). A gravação em vídeo do encontro pode ser assistida em www.iea.usp.br/online/midiateca/universidade. (Leia reportagem sobre o evento publicada pelo "Jornal da USP".)

 

Luiz Roberto Giorgetti de Britto é o novo vice-diretor do Instituto

O fisiologista Luiz Roberto Giorgetti de Britto é o novo vice-diretor do IEA. Ele foi nomeado no dia 29 de setembro pela reitora Suely Vilela, que o escolheu a partir de lista tríplice elaborada pelo Conselho Deliberativo do IEA. Britto sucede ao bioquímico Hernan Chaimovich no cargo. Professor titular do Departamento de Fisiologia do Instituto de Ciências Biomédicas (ICB), do qual foi diretor de 2005 a 2009, Britto graduou-se em ciências biomédicas pela Unifesp (1970), aperfeiçoou-se na Universidade de Pisa, Itália (1975), obteve o mestrado em fisiologia e biofísica na Unicamp (1978), o doutorado (1981) e a livre docência (1986) em fisiologia na USP e o pós-doutorado (1992) em neurociências na Universidade da Califórnia em San Diego, EUA. Tem experiência na área de fisiologia do sistema nervoso, com ênfase na comunicação celular.

            

    
EXPEDIENTE
   

UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO
Reitora: Suely Vilela
Vice-Reitor: Franco Maria Lajolo
www.usp.br


INSTITUTO DE ESTUDOS AVANÇADOS

Diretor: César Ades
Vice-Dretor: Luiz Roberto Giorgetti de Britto
Conselho Deliberativo: Bader Sawaia, Carlos Henrique de Mesquita, César Ades
Gabriel Cohn, João Stenghel Morgante, Julio Marcos Filho, Luiz Roberto Giorgetti de Britto e Oswaldo Baffa Filho
Coordenador do Polo de Ribeirão Preto: Oswaldo Baffa Filho
www.iea.usp.briea@usp.br


contato,
Boletim quinzenal produzido pela Assessoria de Imprensa do IEA
www.iea.usp.br/boletim — boletim-iea@usp.br
Editor: Mauro Bellesa (MTb-SP 12.739)
Endereço: Av. Prof. Luciano Gualberto, Travesa J, 374, térreo, Edifício da
Antiga Reitoria, Cidade Universitária, Caixa Postal 72.012, CEP 05508-970, São Paulo, SP
Telefone: (11) 3091-1692
Fotos: Mauro Bellesa/IEA-USP

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