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Boletim do IEA/USP — nº 107 1ª quinzena de novembro de 2007
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COMUNICAÇÃO AGENDA
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NOTAS |
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LEMBRETE |
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CIÊNCIA & SOCIEDADE |
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A história social da ciência testemunha a contribuição do desenvolvimento científico para o progresso e bem-estar da humanidade. Inúmeras descobertas conduziram a importantes avanços tecnológicos. Paradoxalmente, em alguns momentos da história universal recente, o uso do conhecimento científico e tecnológico foi responsável por grandes desastres e tragédias para a humanidade, entre os quais se destaca o lançamento de bombas atômicas em Hiroshima e Nagasaki em 1945. Para o sociólogo Sérgio Adorno, coordenador da Cátedra Unesco de Educação para a Paz, Direitos Humanos, Democracia e Tolerância, há várias questões a considerar sobre as conseqüências sociais do desenvolvimento científico e tecnológico: a aplicaçao da ciência para fins militares; o impacto do avanço tecnocientífico no meio ambiente; a distribuição dos benefícios resultantes do progresso tecnocientífico; e a difusão da ciência como problema da educação para a paz, direitos humanos e tolerância. Esses aspectos serão debatidos no seminário "A Responsabilidade Social dos Cientistas", no dia 10 de dezembro, às 14h, no IEA. O evento é organizado pela Cátedra Unesco e será coordenado por Adorno. Já confirmaram participação Amélia Hamburger (IF/USP) e Fernando de Souza Barros (IF/UFRJ). O seminário será transmitido ao vivo pela Internet em www.iea.usp.br/aovivo. O século 20 assistiu a um crescimento da violência em escala jamais vista anteriormente, com duas guerras mundiais na primeira metada do século e uma Guerra Fria na segunda metade com conflitos localizados, mas nem por isso menos violentos. Adorno lembra que a produção de armas químicas e biológicas, bem como de artefatos nucleares para fins bélicos, têm ocupado permanentemente parcela considerável da comunidade científica internacional: "A idéia positivista de que o desenvolvimento científico e tecnológico atua sempre no sentido de uma solução benéfica para a humanidade tem sido contestada pelos fatos". Novos problemas vêm aflorando graças ao grande avanço nas ciências biológicas nas últimas décadas. As mesmas técnicas destinadas a promover a cura e a prevenção de enfermidades e a produção abundante de alimentos poderiam ser utilizadas para grandes prejuízos à humanidade. Adorno considera que as discussões bioéticas concentram-se sobretudo nas áreas de organismos geneticamente modificados (OGM), da biossegurança (com problemática do bioterrorismo e enfermidades emergentes, como a gripe aviária) e no uso de células-tronco embrionárias para fins terapêuticos. Seminário "A Responsabilidade Social dos Cientistas"
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COMUNICAÇÃO |
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Que alterações capazes de redesenhar o espaço publico de nossos dias são provocadas pelas novas tecnologias de informação e comunicação? Como elas abrem novas brechas para a formação de entendimentos? Há efetivamente uma retração do poder de influência dos meios de comunicação de massa convencionais sobre a esfera pública? Para o jornalista Eugênio Bucci, novo professor visitante do IEA, o espaço público migra, velozmente, dos paradigmas que lhe foram dados pelos meios de comunicação de massa em direção a uma nova configuração, mais porosa à ação, à visibilidade, à presença virtual e à condição de falante dos pequenos agrupamentos e mesmo dos indivíduos. Apesar dessa transformação, Bucci ressalva que os meios de maior alcance, com prevalência da televisão, seguem definindo grandes espaços comuns pela unificação instantânea de imensas audiências. "Muitos estudiosos notam que os meios convencionais encontram recursos de complementaridade com os novos meios." Diante desse quadro, surge a necessidade de um esforço teórico para a construção de um novo aparato conceitual capaz de analisar as novas faces do fenômeno: "Muito já se falou sobre isso e mais ainda vai se falar: há algo de diferente no espaço público, mas ele não é inteiramente outro. Para pensá-lo e, sobretudo, para pensar suas novas implicações, novas temporalidades e espacialidades, novos meios na indústria do imaginário, e outros aspectos, é que propus ao IEA o projeto de pesquisa 'A Instância da Imagem ao Vivo, o Telespaço Público e a Expansão do Mundo da Vida pelas Novas Possibilidades Tecnológicas'". O tema interessa a Bucci há alguns anos. Em 1996, ao lançar uma coletânea de críticas de televisão escritas para o jornal "O Estado de S.Paulo", anotou a vinculação direta entre o espaço público e a TV, cuja centralidade no imaginário brasileiro se revelou com bastante força a partir dos anos 70. Pouco depois, iniciou a pesquisa que resultou na tese de doutorado "Televisão Objeto: a Crítica e suas Questões de Método", defendida em 2002 na Escola de Comunicações e Artes (ECA)da USP. Todo o primeiro capítulo da tese foi dedicado à exploração do conceito de espaço público. "Ao final, deixei sugerida uma superação do conceito por meio da idéia de telespaço público, cujos contornos iniciais foram delineados ao final do capítulo. Nesse estudo, a imagem, ou, mais exatamente, a 'instância da imagem ao vivo' se projetava como a âncora dos processos comunicacionais que aí têm lugar, sem prejuízo da interação intensa e multifacetada que as redes entre pares propiciam na órbita do mundo da vida." No projeto que desenvolverá no IEA, Bucci dará continuidade ao estudo presente na tese. O reexame dos elementos que estruturavam a tese em torno do espaço público e suas conseqüências deverá originar quatro textos. O primeiro texto cuidará do desenvolvimento do conceito de telespaço público, em linha com a emergência das novas tecnologias em interação com as práticas sociais. O segundo tratará do tempo e do espaço na era do telespaço público: a "presentificação" da história, ou, em outros termos, a expansão do presente sobre as fronteiras do que costumava ser demarcado como futuro e passado. O terceiro trabalho resultará de uma investigação sobre as relações entre linguagem, imagem, espetáculo e redes eletrônicas, com o objetivo de discutir as novas feições do imaginário, onde as imagens eletrônicas funcionam como língua. O quarto texto investigará onde e como se estabelecem relações de produção na indústria do imaginário, que opera com signos lingüísticos — novos suportes das marcas e das mercadorias — e de valor econômico (Bucci pretende aprofundar a hipótese de que pode-se falar em criação de valor na indústria do imaginário). Ele pretende organizar, ao longo de 2008, quatro debates para questionamento e verificação das bases da pesquisa que dará origem aos quatro ensaios.
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AGENDA |
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NOVEMBRO • Dia 22, 15h — 8º Seminário do Ciclo Evolução Darwiniana e Ciências Sociais DEZEMBRO • Dia 6, 14h30 — Debate de Encerramento do Ciclo Temático sobre a Riqueza das Redes • Dia 10, 14h — Seminário "A Responsabilidade Social do Cientista"
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NOTAS |
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Colóquio em homenagem a Goldemberg
Em maio acontecerá o colóquio "2010-2020: uma Década Promissora para o Brasil?", comemorativo dos 60 anos de atuação profissional de José Goldemberg. Tendo como motivação o envolvimento do físico com várias áreas do conhecimento e com questões essenciais para o desenvolvimento do país, o encontro discutirá mudanças estruturais a serem adotadas para que a próxima década apresenta um maior avanço do conhecimento, inovação tecnológica, crescimento econômico, distribuição de renda e preservação do meio ambiente. Professor honorário do IEA , Goldemberg foi reitor da USP, ministro da Educação, secretário de Ciência e Tecnologia do Governo Federal, secretário interino do Meio Ambiente do Governo Federal e secretário do Meio Ambiente do Estado de São Paulo. O colóquio é uma realização do IEA, Escola Politécnica, Instituto de Física, Instituto de Eletrotécnica e Energia, Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade, Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Academia Brasileira de Ciências, Sociedade Brasileira de Física e Fapesp. Mais informações sobre o evento serão divulgadas oportunamente. Eduardo Krieger e Yvonne Mascarenhas são
No dia 30 de outubro, o Conselho Deliberativo (CD) do IEA concedeu o título de professor honorário a Eduardo Moacyr Krieger e a Yvonne Primerano Mascarenhas. Krieger é diretor da Unidade de Hipertensão do Instituto do Coração do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, ex-presidente da Academia Brasileira de Ciências (1992-2006) e professor emérito da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da USP, onde trabalhou de 1957 a 1985. Mascarenhas é vice-coordenadora do IEA de São Carlos, professora titular aposentada do Instituto de Física de São Carlos da USP. Graduou-se em química pela Universidade Federa l do Rio de Janeiro, obteve o doutorado em físico-química pela USP e realizou programa de pós-doutorado na Universidade Harvard, EUA. O título de professor honorário é atribuído pelo CD a docentes aposentados da USP com exponencial contribuição à Universidade e à C&T.
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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO Para cancelar o envio, escreva "Retirar" no "Assunto" da resposta. |